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“Habemus” vacina


Publicado 18 de janeiro de 2021 às 07:11     Por José Medrado*     Foto Arquivo Pessoal

Acredito que a expectativa, ao meu ver surpreendente, que o Brasil acompanhou o “julgamento” da Anvisa aos pedidos de uso emergencial das vacinas Coronavac, Butantã e da Oxford, Fiocruz até parecia uma partida. Não diria de Copa do Mundo, mas de final de campeonato estadual, sim. Entendo, consequentemente, que isso evidencia a ansiedade do povo, em sua grande parte, para sentir esperança, ter perspectiva de chegar na tal luz do fim do túnel.

A aprovação foi transmitida para todo o Brasil, justificando que seria do interesse dos defensores da ciência e em boa medida, também e infelizmente, dos  movimentos anacrônicos antivacinas e negacionistas.

Interessante a observar é que os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é uma agência reguladora, sob a forma de autarquia de regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, poderiam ter se restringidos à avaliação das vacinas em análise, mas fizeram questão de marcarem posicionamentos na necessidade da vacina, realçando que não há terapia comprovada cientificamente que previna ou trate especificamente a COVID-19.

Imagino agora que aqueles que falavam tanto na aprovação da agência, como fator importante para a vacinação em si se posicionarão diante das assertivas de caráter científico de seus diretores. Sem dúvida alguma foram votos históricos, inclusive quando ressaltam a importância da vacina, neste momento em que brasileiros morrem literalmente asfixiados.

Não guardam dúvidas que esses senhores devem ter sofrido pressão direta e ou indireta de todos os lados, desde parentes, amigos até mesmo políticas, mas não se inibiram diante do que aprenderam em suas formações acadêmicas e, em especial, diante do que clama o mundo, e este Brasil que é chamado de País-continente, não poderia se tornar uma ilha, como se tem verificado em alguns aspectos.

Precisamos todos nos conscientizarmos que não podemos navegar nas ondas feitas por políticos de todos os espectros, porque, na maioria da vezes, estarão sempre pensando em votos, eleições…em dividendos políticos. Infelizmente, não temos estruturado em nossa sociedade o sentido mais amplo de coletividade e cidadania, mantendo postura de interesse pessoal ou no máximo de grupos. Lamentável.

O fato é que mesmo depois de mais 50 países estarem vacinando, poderemos dizer “habemus” vacina.

*José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio e escreve para o AjuNews.                 



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