Política


“Falar em reajuste salarial nestas condições é brincar com o perigo”, diz secretário estadual da Fazenda


Publicado 13 de fevereiro de 2020 às 19:00     Por Habacuque Villacorte     Foto AjuNews

Após ser “sabatinado” pelos membros da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e Tributação da Assembleia Legislativa, o secretário de Estado da Fazenda, Marco Antônio Queiroz, conversou com a reportagem do portal Aju News e reconheceu que o Governo continua sem poder apresentar uma proposta de reajuste salarial para o funcionalismo público de Sergipe, que já amarga cerca de sete anos sem qualquer aumento ou reposição inflacionária.

Questionado sobre as manifestações das diversas categorias de trabalhadores, Queiroz reconheceu a ansiedade dos trabalhadores, enfatizando que o governo tem se esforçado neste sentido. “No momento, nós não temos, nós não conseguimos ainda realizar o grande sonho do governador que é colocar a folha do servidor dentro do mês de pagamento. Falar em reajuste salarial nestas condições, sem as finanças em dia, é brincar com o perigo!”. O secretário disse que tem mantido conversas com o governador e reconhece que o Estado não tem condições de apresentar qualquer proposta de reajuste.

Reforma da Previdência

Questionado por esta reportagem sobre a denúncia de “confisco” apresentada por alguns sindicatos sobre o desconto previdenciário dos aposentados que recebem a partir de um salário mínimo, Queiroz disse que “Sergipe não é uma ilha”.

“Existe um déficit da Previdência em todo o País. O governo federal não tem grau de investimentos junto às instituições financeiras internacionais e fechou o seu orçamento com um déficit de R$ 120 bilhões. Temos Estados grandes da Federação com problemas seríssimos, onde as notas deles são ‘D’. Os salários dos servidores estão atrasados e eles estão pagando apenas por liminar no STF. E Sergipe não é uma ilha!”, respondeu o secretário.

Ainda sobre as finanças do Estado ele ainda colocou que está trabalhando sim, com muita responsabilidade, para que Sergipe receba aportes de recursos para poder conceder reajustes. “A Reforma da Previdência foi necessária! Se nós não fizéssemos essa adequação, já estávamos com déficit projetado de quase R$ 1,5 bilhão/ano. E isto não foi uma Reforma, mas sim uma adequação”.

Capacidade de endividamento

Já sobre a dívida pública do Estado, o secretário da Fazenda colocou que em Sergipe ela está controlada. “A dívida pública contratual é de pouco mais de R$ 3 bilhões. É muito baixa em relação a Receita Corrente Líquida. O Estado tem capacidade de endividamento. O limite estabelecido por lei é que cada unidade da Federação pode chegar até 200% de sua Receita Corrente Líquida. Há espaço fiscal e estamos trabalhando para a manutenção do que o Estado deve fazer sobre os investimentos”, explicou.



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