Justiça


Mais de 117 mil pessoas que receberam auxílio emergencial de forma indevida já fizeram devolução


Publicado 11 de agosto de 2020 às 11:42     Por Eduardo Costa     Foto Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Pouco mais de 117 mil pessoas que receberam indevidamente o auxílio emergencial fizeram a devolução dos R$ 600, totalizando R$ 113,6 milhões retornados ao Governo Federal do valor concedido a famílias de baixa renda durante a crise da Covid-19. Os números obtidos pelo portal Metrópoles via Lei de Acesso à Informação.

O levantamento, realizado desde o início do pagamento até a última sexta-feira (7), indica um crescimento na devolução a partir de 12 de junho. Naquele dia, foi divulgado o primeiro balanço de pessoas que haviam feito a devolução antes de serem intimadas pela Justiça.

Segundo o Metrópoles, até então 39,5 mil usuários haviam devolvido o valor; entre 12 de junho e 7 de agosto, com mais ações de combate às fraudes, 76 mil pessoas fizeram a devolução.

A plataforma online de devolução do auxílio emergencial foi aberta em 18 de maio. O beneficiário pode devolver o valor por livre e espontânea vontade, informando apenas o CBF e pagando um boleto. Mas de acordo com o Metrópoles, o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda avalia o movimento de retorno como baixo. No total, mais de 620 mil pessoas teriam recebido o benefício de forma irregular.

O relatório do TCU com os beneficiários irregulares foi enviado ao Ministério da Cidadania e ao Ministério Público Federal (MPF). Em junho, o mesmo ministério bloqueou cadastros de 1,3 milhão de CPF por suspeitas de fraudes ou inconsistências. Tais contas podem ser reabertas após verificação nas agências da Caixa.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou ao Metrópoles que foram identificados e-mails com números aleatórios e caracteres que demonstram falsificação de contas para recebimento dos R$ 600.

“Muitas vezes se trata essa questão do hacker com romantismo. E não é, porque é bem grave. Como a gente está indo para caminho mais digital, é tão grave quanto o cara que pega uma arma e vai para a violência […] E, num momento de pandemia, eles tiram dos mais carentes. Porque nós vamos ressarcir as contas hackeadas, mas pode demorar. Então, se demorar duas ou três semanas para provar, é um tempo em que pessoas carentes vão ficar sem o recurso”, afirmou.

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