O Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar denúncia contra o ministro da Educação Milton Ribeiro sobre declarações dadas por dele durante evento de prevenção ao suicídio e à automutilação em setembro.

As informações são do colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim. Anteriormente, o ministro havia dito que a juventude “nesse tempo de pós-modernidade” não acredita mais em coisas como Deus, religião, política e família e que a “quebra de absolutos e de certezas” leva jovens e adolescentes a tirar a própria vida. Ele também disse que o Brasil tem hoje “verdadeiros zumbis existenciais”.

Para o autor da representação, sem comprovações científicas, o ministro discriminou ateus, anarquistas, agnósticos e pessoas despolitizadas. Isso poderia ainda significar direcionamento do projeto do governo para decisões ligadas a orientações religiosas, violando o princípio da laicidade do Estado.

Contudo, segundo a coluna, o parquet entendeu que as declarações de Ribeiro, que também é Pastor da Igreja Presbiteriana, não expressam ofensas desproporcionais a esses grupos. Para o MPF, o contraste de ideias faz parte da política e da democracia, e a Constituição garante a liberdade de expressão.

Leia mais:
Ministro da Educação Milton Ribeiro associa homossexualidade a ‘famílias desajustadas’
Ministro do STF determina que PF ouça ministro da Educação sobre suspeita de homofobia