Política


Ex-candidata de Socorro critica Rodrigo Valadares e volta a denunciar falta de repasse do PSL: ‘fui usada como laranja’


Publicado 04 de fevereiro de 2021 às 11:02     Por Fernanda Sales     Foto Instagram / @elianadasopaoficial

A ex-candidata a prefeita pelo município de Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju, Eliana da Sopa (PSL), fez duras críticas ao deputado estadual e ex-candidato a prefeito de Aracaju, Rodrigo Valares (PTB) e voltou a denunciar que o PSL, então comandado pelo irmão dele, Fábio Valadares, não fez o repasse de recurso, no valor de 30%, para a sua candidatura, como determina a legislação eleitoral. Segundo a ex-candidata, em entrevista nesta quinta-feira (4) à Jornal FM, ela foi “usada como laranja” pelo partido e sofreu um golpe.

Ao AjuNews, a antiga direção do PSL informou nesta quinta-feira (4) que “a cota de 30% destinada às mulheres do PSL foi cumprida. Todos os repasses das mulheres são feitos diretamente pela nacional. Estamos entrando com todas medidas judiciais cabíveis contra Eliana, para que a verdade seja reestabelecida”.

“Sofremos um golpe na candidatura em Socorro. Fomos descriminadas e criminalizadas nessa eleição [em 2020]. Sofremos muito e fomos feitas de laranja. Principalmente eu, que sou mulher, não acreditava que teria alguém com esse caráter, ao ponto de me fazer de laranja como todo o agrupamento”, denunciou.

Na época, o partido PSL era presidido por Fábio Valadares, irmão de Rodrigo Valadares (PTB), mas, para Eliana, Fábio é apenas um “fantoche” do irmão. “Quem fica à frente do partido na verdade é Rodrigo Valadares, ele chegou a sentar comigo e me convidou para que eu saísse candidata a prefeita. O irmão é apenas um fantoche”, relatou.

Questionada durante a entrevista o que aconteceu para o repasse não ser feito, Eliana responde: “Me pergunto o que foi que aconteceu. Confiei no agrupamento. Foi montado um grupo para que nós tivéssemos um quadro completo de candidatos a vereadores, mas fomos discriminados, tivemos candidatos negros, trans, no total, 31 pessoas. Nós acreditamos na palavra de um menino, que ainda não cresceu. Ele sentou, falou que nós teríamos o repasse, que colocasse o grupo na rua. Nós fomos enganados. Ele foi para as redes sociais dizer que eu quis extorqui-lo, e isso precisa ser provado, pois uma mulher, mais uma vez, foi enganada e usada como laranja. Acredito que a justiça vai ser feita e uma situação favorável a nós vai chegar”.

Segundo a ex-candidata, o assunto envolve não apenas a candidatura em Socorro, mas em outros municípios de Sergipe. “Não sabia que isso era um golpe dentro do estado, a única candidata feminina era eu, que deveria ter direito aos 30% dos repasses do diretório nacional para o diretório de Sergipe, mas o repasse não foi feito, não recebemos nada. O próprio Rodrigo Valadares me segurou e pediu para que eu não desistisse e fosse fazer a campanha. Esse é um direito de todos, mas Rodrigo só queria candidatura solo e pensou só nele. Infelizmente acreditei na palavra dele e fui vítima de um golpe”, disse ela acrescentando que acredita que a intenção dele era derrubar o PSL.

Atualmente, o PSL é comandado pelo ex-deputado federal André Moura (PSC), tendo a sua filha Yandra Barreto como presidente da sigla. Procurada pela reportagem, a nova direção do PSL informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Matéria atualizada às 13h02.

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