Política


Paulo Márcio desiste de novas candidaturas e diz que política “cobra um preço que poucos conseguem pagar sem perder a sanidade”


Publicado 14 de dezembro de 2020 às 11:26     Por Fernanda Sales     Foto Reprodução / Instagram @paulo.marcio.792

O delegado Paulo Márcio (DC), que se candidatou à Prefeitura de Aracaju nessas eleições municipais, afirmou que decide deixar a política e que uma nova disputa eleitoral é algo que está completamente fora dos seus planos. Em nota divulgada por ele neste domingo (13), o ex-candidato afirmou que o exercício da atividade política “cobra um preço que poucos conseguem pagar sem perder a sanidade ou abdicar dos princípios que constituem a viga mestra do próprio caráter”.

De acordo com a nota, Paulo Márcio explica que em janeiro irá se desfiliar do seu partido político e que irá trilhar outros caminhos longe da política. “Convencido de não possuir os atributos e apetrechos necessários para sobreviver em um meio saturado de valores tanto mais tóxicos quanto mais incompreensíveis”, disse a nota.

Em entrevista nesta segunda-feira (14) à Rádio Jornal, o delegado explicou que emitiu a nota com antecedência porque havia algumas pessoas com interesses em começar uma nova caminhada para 2022. “Por uma questão de compromisso, não podia ficar adiando, empurrando com a barriga, uma decisão que no fundo no fundo já estava tomada”, explicou.

“Participei de uma campanha e toda experiência tem seu lado positivo e negativo, mas percebi que a minha permanência na política partidária ia se dar de uma forma difícil, com uma certa angústia pessoal porque a forma como está organizado o sistema político/partidário, a verdadeira mercantilização que se transformou a política, o abuso do poder político, através do uso das máquinas. Me perdoem as pessoas mais sensíveis, fala-se muito em voto consciente, mas o eleitor sabe quais as consequências de compra de voto”, afirmou Paulo Márcio durante a entrevista.

O ex-candidato explicou ainda um dos motivos que o fez desistir da política. “Disputei a eleição com mais dez candidatos, éramos 11 candidatos, sendo que dez faziam oposição ao prefeito reeleito Edvaldo Nogueira. No segundo turno, só dois passaram, sendo que os demais oito candidatos, que criticavam Edvaldo, mudaram de posição. Eu, pessoalmente, apoiei Danielle Garcia, e de repente todos os outros passaram a apoiar Edvaldo Nogueira ou ficaram em cima do muro, declarando neutralidade, o que também beneficia a candidatura oficial. O que mostra que não existe compromisso com a verdade, com o eleitorado, existe é uma guerra de todos contra todos”, revelou ele.

Apesar da desistência de futuras candidaturas, Paulo Márcio afirma que não se arrependeu da candidatura a prefeito e que continua acreditando na política. “Continuo acreditando que tem que haver mudanças, que tem que haver novos nomes, eu só não quero mais colocar meu nome à disposição, porque pelo que eu percebi existe um jogo muito rasteiro”.

Sobre o “jogo rasteiro” da política, o ex-candidato dar um exemplo: “Um determinado bicheiro, deu uma vaga ao neto na Câmara Municipal de Vereadores de uma determinada cidade. Mas isso é um verdadeiro absurdo, ninguém sabe o nome da pessoa, o passado, o que já fez em benefício do povo, simplesmente um patriarca vai lá, se usando do poder econômico, compra metade dos votos de um bairro e dar de presente a Câmara de Vereadores para um neto, um parasita, sem nenhuma responsabilidade. E a gente tem que fingir que isso é democracia”, criticou Paulo.



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