Entrevista


‘Belivaldo até agora não mostrou para que veio’, diz novo líder da oposição na Alese


Publicado 31 de janeiro de 2020 às 06:05     Por Adelia Felix     Foto Divulgação / Alse

Novo líder da oposição na Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado estadual Doutor Samuel Carvalho (Cidadania) promete dar continuidade aos trabalhos do antigo líder, Georgeo Passos (Cidadania) na Casa Legislativa. Em entrevista ao AjuNews, o parlamentar afirma que está na Assembleia para “fazer os devidos contrapontos ao desgoverno Belivaldo Chagas”, que segundo ele, “até agora não mostrou para que veio”. Neste sábado (1°), lança sua candidatura à prefeitura de Nossa Senhora do Socorro. E, o atual gestor, Padre Inaldo Luis da Silva (PP), também não escapou das críticas do deputado.

Leia a entrevista completa

AjuNews: O que motivou a se posicionar como pré-candidato à prefeitura de Nossa Senhora do Socorro?
Samuel Carvalho: Primeiro é por gratidão. A votação que a gente teve para deputado estadual, a gente foi o deputado estadual mais votado aqui em Socorro, então, a gente tem uma gratidão muito grande. Em segundo lugar, pela questão do próprio descaso da atual administração que tem deixado muito a desejar, principalmente na área de saúde.

AjuNews: Como avalia a gestão da atual prefeitura de Socorro?
Samuel Carvalho: A avaliação que a gente faz é a avaliação do próprio povo socorrense. O povo está na bronca. A falta de assistência da prefeitura tanto na área da saúde como na questão da área de infraestrutura, tem muitos bairros que estão abandonados pela atual gestão, então, a gente tem visto com tristeza essa situação.

AjuNews: A reforma da Previdência, aprovada por maioria na Assembleia Legislativa e proposta pelo Poder Executivo, é bastante criticada. Qual a sua opinião sobre o projeto?
Samuel Carvalho: A reforma da Previdência foram dois momentos. Um com a Emenda Constitucional número 7, que tratou apenas a questão do aumento da idade de cinco anos para mulher e para homem. E, nós temos a Lei Complementar número 20, que tratou das regras de transição, abono de permanência, a questão da taxação dos inativos, também tratou da questão das alíquotas. Então, com relação a Emenda Constitucional eu votei a favor, e com relação a Lei Complementar que é o pacote de maldades do Governo, eu votei contra.

AjuNews: Por que o senhor fala que é um “pacote de maldades”?
Samuel Carvalho: Porque acaba taxando os inativos, então é um pacote de maldades. A gente tem aí, por exemplo, 14% de uma pessoa que ganha R$ 4.000. Para uma pessoa que já está em idade avançada que precisa do olhar do poder público, pagar isso, eu acho um absurdo. E também pela própria ausência de diálogo, a Lei Complementar chegou lá de supetão e não houve um diálogo, nem audiência pública, foi um dos motivos para eu ter votado contra também.

AjuNews: O senhor agora é o líder da bancada da oposição na Assembleia Legislativa. Como pretende conduzir o grupo?
Samuel Carvalho: Primeiro manter o excelente trabalho desenvolvido pelo deputado Georgeo Passos que era o nosso líder. A gente continuar com as fiscalizações externas e fazer o devido contraponto ao Governo de uma maneira bem contributiva, de uma forma que nós não fazemos oposição do quanto pior melhor. Estamos lá para dar nossa parcela de contribuição, mas fazer os devidos contrapontos ao desgoverno Belivaldo Chagas.

AjuNews: E a gestão do governador Belivaldo Chagas?
Samuel Carvalho: Até agora não mostrou para que veio.

AjuNews: E os trabalhos para instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia? O que falta para ser aberta?
Samuel Carvalho: Ela já foi lida, já foram separados os membros da comissão. São cinco membros, eu estou como presidente desta CPI, a vice-presidente é a deputada Diná Almeida, o relator é o capitão Samuel, e nós temos os membros, as deputadas Goreti Reis e Maisa Mitidieri. Como ela foi formada no final de novembro, e em dezembro tivemos votações importantes, a CPI volta com força quando nós retornamos do recesso, para nós fazermos aquilo que estava previsto, para dar uma resposta à sociedade com relação a esse crime hediondo que tem banalizado infelizmente a nossa sociedade.

AjuNews: O senhor tem algum dado sobre essa situação em Sergipe?
Samuel Carvalho: O dado que a gente tem não está atualizado, mas aumentou em mais de 10%. No ano passado, foram 222 casos, no ano retrasado foram 200, aumentou em mais de 10% a questão de estupro de vulnerável.

AjuNews: Sobre o projeto “basta”, quais resultados já foram obtidos?
Samuel Carvalho: A gente tem feito esse projeto “basta” para ajudar os jovens e adolescentes que estão se automutilando infelizmente. A gente tem feito palestras e apresentações em várias escolas estaduais, mostrando o sentimento de esperança para que possamos dar um basta na depressão, na automutilação e nessa questão de suicídio que infelizmente tem ceifado a vida de muitas pessoas. A gente tem recebido muitas pessoas dizendo que gostaram do projeto, que é uma forma também de dialogar com a juventude, precisamos dar uma atenção a esses jovens, principalmente, para que eles não possam cometer isso com seu próprio corpo e no final ceifar sua própria vida.



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