Política


Ministro da Justiça diz que irá pedir abertura de inquérito contra jornalistas que falaram em suicídio de Bolsonaro


Publicado 10 de janeiro de 2021 às 18:00     Por Eduardo Costa     Foto Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Justiça, André Mendonça, disse em seu Twitter neste domingo (10) que irá pedir a abertura de um inquérito policial contra os jornalistas Ruy Castro, da Folha de São Paulo, e Ricardo Noblat, da Veja, que falaram em suicídio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). André não cita diretamente os jornalistas, mas o caso diz respeito aos dois que se manifestaram.

“Alguns jornalistas chegaram ao fundo do poço. Hoje dois deles instigaram dois Presidentes da República a suicidar-se. Apenas pessoas insensíveis com a dor das famílias de pessoas que tiraram a própria vida podem fazer isso”, afirmou André Mendonça.

Ele completou: “Apenas pessoas irresponsáveis cometem esse crime contra chefes de Estado de duas grandes nações. Fazê-lo é um desrespeito à pessoa humana, à nação e ao povo de ambos os países”. André disse ainda que irá requisitar o inquérito para avaliar ambas as condutas, e que as penas, de acordo com o Código Penal, poderiam ir de seis meses até dois anos de prisão.

O caso
Ruy Castro publicou na Folha a coluna “Saída para Trump: matar-se”. Segundo ele, a única forma do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrara para a história como herói é se matando, como fez Getúlio Vargas no Brasil. Ele ainda diz que “se Trump optar pelo suicídio, Bolsonaro deveria imitá-lo”.

Em seguida, Noblat compartilhou o texto em seu Twitter, afirmando: “Mas para que esperar pela derrota na eleição? Por que não fazer isso hoje, já, agora, neste momento? Para o bem do Brasil, nenhum minuto sem Bolsonaro será cedo demais”. O trecho já estava no texto, mas o jornalista não utilizou as aspas, o que gerou dúvidas.

Ricardo Noblat se justificou em seguida. “Não desejo a morte de ninguém. Minha religião o impediria. Mas ao fazer, como faço aqui, um clipping diário da mídia, não posso nem devo ignorar o que me pareça que repercutirá, mais ainda quando publicado em um grande jornal. Por fim: vida longa ao presidente Jair Bolsonaro para que ele possa colher o que plantou”, disse ele.

O caso gerou muita repercussão, e apoiadores de Bolsonaro começaram a pedir o banimento das contas dos jornalistas na rede social. A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, entrou no coro. “Se a conta deste homem não for encerrada agora, imediatamente, vai ficar muito feio para o Twitter, pois veremos que existem dois pesos e duas medidas. Além do mais, incitar o suicídio é crime”, disse.

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