Política


Bolsonaro cobra de Mandetta discurso mais afinado com o Planalto sobre coronavírus


Publicado 18 de março de 2020 às 09:31     Por Redação AjuNews     Foto José Cruz / Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem cobrado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que passe a adotar um discurso mais afinado ao do Palácio do Planalto no combate à pandemia do coronavírus. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de São Paulo, nesta quarta-feira (18).

A reportagem afirma que o presidente tem defendido a deputados aliados que o auxiliar presidencial, que se tornou o porta-voz do governo na atual crise, incorpore em sua retórica pública a defesa para que a atividade econômica não seja paralisada e o apoio ao direito do cidadão de participar de protestos.

O ministro da Saúde na avaliação do governo tem um discurso técnico, em consonância com os protocolos internacionais de saúde pública, Ele tem defendido, por exemplo, que as pessoas não participem de aglomerações e adotem medidas de precaução, além de ficarem em isolamento se tiverem sintomas. Com as recomendações, na avaliação de assessores palacianos, Mandetta acabou fazendo um contraponto a Bolsonaro, o que incomodou o presidente e tem servido de munição para adversários do governo.

O presidente também se irritou, de acordo com auxiliares próximos, com o fato de Mandetta não tê-lo defendido, em entrevistas à imprensa, por ter participado de manifestação a favor do governo em Brasília. Em conversa com a Folha, por exemplo, o ministro disse que a participação em manifestações não é ilegal, mas reforçou que a orientação é para não participar. “E continua sendo não para todo mundo”, disse.

Após o incômodo, Mandetta adotou, nesta terça-feira (17), um discurso mais próximo ao do presidente. Ao comentar a previsão de que o Brasil terá aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus até junho, o ministro disse que medidas de restrição poderiam ser utilizadas nesse período. “Devemos ter muito cuidado com medidas restritivas que possam interromper abastecimento de grandes eixos. Não adianta parar tudo e depois não ter alimentos para os outros estados. Temos que ver a logística de abastecimento do país”.



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