Saúde


Campanha de Bolsonaro com cloroquina faz indústria farmacêutica disparar faturamento


Publicado 11 de julho de 2020 às 14:00     Por Roberta Cesar     Foto Reprodução / Facebook

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em prol do uso da cloroquina ajudou a aumentar o faturamento das empresas que produzem o medicamento no Brasil. Segundo dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), o consumo de cloroquina no país cresceu cerca de 358% durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19). As informações foram publicadas pelo jornal Estadão, neste sábado (11).

A cloroquina é recomendada no tratamento de malária, artrite e lúpus. Após relatos positivos, o medicamento passou a ser usado por pacientes com covid-19. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a cloroquina não é eficaz no tratamento da covid-19.

De acordo com a publicação, o laboratório Aspen, do empresário Renato Spallicci, chegou a triplicar no mês de abril a produção de Reuquinol, medicamento à base de cloroquina, aproveitando a campanha criada por Bolsonaro. Em março, a caixa da substância foi exibida pelo presidente num encontro em uma plataforma digital com líderes do G-20.

Nesta quinta-feira (9), após ser diagnosticado com covid-19, Bolsonaro exibiu novamente uma caixa de hidroxicloroquina durante a transmissão de sua live semanal. “Por volta das 17h (de terça-feira) tomei um comprimido de cloroquina. Recomendo que você faça a mesma coisa. Sempre orientado pelo médico. É um testemunho meu: tomei e deu certo, estou muito bem”, disse o presidente. “No meu caso deu certo. Não estou ganhando nada com isso. Não tenho nenhum negócio com essa empresa”, completou.

Desta vez, o medicamento exibido pelo presidente era a versão genérica da substância, produzida pela EMS. A empresa faz parte do grupo que é administrado por Carlos Sanchez, que também é proprietário do laboratório Germed. O empresário realizou duas reuniões com Bolsonaro desde o início da pandemia no país.



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