Política


Por campanha fictícia, candidata a deputada estadual é condenada a devolver R$ 400 mil


Publicado 23 de abril de 2021 às 07:12     Por Peu Moraes     Foto Reprodução / Redes Sociais

O Tribunal Regional do Estado de Sergipe (TRE-SE) reprovou por unanimidade a prestação de contas da candidata a deputada estadual Marleide Cristina dos Santos (MDB), nesta quinta-feira (22). Com a decisão, ela será obrigada a devolver R$ 468.922,23 (em valores corrigidos) que recebeu do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. O julgamento acompanhou parecer do Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral), que demonstrou, por meio da investigação realizada pela Polícia Federal, várias falhas na prestação de contas e fortes evidências de uma candidatura fictícia.

Nas eleições de 2018, a candidata Marleide dos Santos, filiada ao MDB, residente e eleitora do município de Lagarto, no Centro Sul sergipano, conseguiu arrecadar R$ 485.256,44. Desses, R$ 468.922,23 vieram do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e R$ 16.334,21 de outras doações. Mesmo com tantos recursos disponíveis para a campanha, a candidata a deputada estadual só obteve 184 votos.

O valor que o partido direcionou à candidatura de Marleide dos Santos foi o maior valor recebido por uma candidata do sexo feminino no estado de Sergipe. Chamou atenção o fato do MDB ter direcionado um valor tão elevado a uma candidata com evidente inviabilidade política, visto que em 2012, Marleide participou da disputa ao cargo de vereadora de Lagarto, mas só obteve oito votos.

Outra desproporção identificada foi a diferença na destinação dos recursos entre outras candidatas a deputada estadual do sexo feminino do MDB. Enquanto Marleide dos Santos recebeu mais de R$ 400 mil, Auria Alves de Souza, Katiane Fortunato Pereira, Edna Martinez e Veronalda Andrade Gois receberam, respectivamente, R$ 40 mil, R$ 60 mil, R$ 30 mil e R$ 98 mil.



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