Um estudo inédito realizado pelo Repórter Brasil mostrou que a população de 17 municípios sergipanos bebem água contendo substâncias químicas e radioativas acima do limite determinado pelo Ministério da Saúde. 

São resquícios de agrotóxicos e outros resíduos lançados pelas indústrias que se misturam aos rios e represas. O consumo diário desses produtos contidos na água tratada aumenta o risco de câncer, mutações genéticas, problemas hormonais, nos rins, fígado e no sistema nervoso, a depender do produto. Adubos lançados nas lavouras contaminam a água consumida pela população.

Ao todo foram realizados, 8.022 testes em Sergipe, sendo que 63 deles apresentaram resultados acima do limite permitido pelo Ministério da Saúde. O estudo ainda mostra que o risco é maior para quem consome a água tratada que é distribuída nos municípios de Poço Verde, Itaporanga d’Ajuda, Santa Rosa de Lima, Lagarto e Propriá onde foi constatado os maiores índices de substâncias capazes de causar doenças crônicas em longo prazo, como o câncer. 

Confira a nota emitida da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) para o portal AjuNews:

Conforme pode ser compreendido do próprio estudo divulgado, não há presença de substâncias radioativas em águas sergipanas.  Ainda de acordo com o estudo, o que temos em sua maioria são substâncias orgânicas e subprodutos do processo de desinfecção. 

Visando garantir a qualidade da água distribuída, a Companhia monitora continuamente, conforme exigências do Ministério da Saúde, todas as etapas do sistema de abastecimento. Conforme a legislação, o “padrão de potabilidade de subprodutos da desinfecção deve ser verificado com base na média dos resultados das amostras analisadas nos últimos doze meses”. Essa avaliação deve ser feita para cada sistema produtor, levando em conta seu histórico completo. Os dados apresentados pelo estudo mostram resultados isolados e pontuais, levando à conclusão equivocada e alarmista de que certos sistemas não atendem aos padrões.

A DESO, cumpre a legislação para potabilidade da água: Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 5, alterado pelas Portarias GM/MS nº 888/21 e nº 2472/21 do Ministério da Saúde. Assim, é esperado que, eventualmente, ocorra a presença de subprodutos da desinfecção em maior ou menor concentração, variando de acordo com as condições climáticas e com a composição da água a ser tratada. Devido a essa esperada ocorrência, é que se exige o monitoramento constante. Quando são identificados resultados com valores acima do Valor Máximo Permitido, a DESO procura, de maneira rápida, agir com medidas a curto prazo. As primeiras são ações praticadas na rede de distribuição, como as descargas para limpeza das tubulações e troca da água presente em seu interior, por exemplo. 

As providências já são tomadas na medida em que estas situações excepcionais e esporádicas ocorrem, tendo em vista que o estudo apontando tais anomalias foi feito com base nos dados divulgados pelos testes constantemente realizados pela DESO e demais Companhias de Saneamento do Brasil. Ou seja, tal informação só existe graças ao zelo, transparência e eficiências destas empresas.

As informações sobre a contaminação da água podem ser consultadas por cidade no Mapa da Água, que destaca quais substâncias extrapolaram o limite e explica seus riscos. Os dados são resultados de testes feitos por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde. Os testes são feitos após o tratamento e a maioria dessas substâncias não pode ser removida por filtros ou fervendo a água.

Confira quais são os municípios sergipanos que consomem água contaminada segundo o estudo realizado:

Nossa Senhora Aparecida

Propriá

Neópolis

Santa Rosa de Lima

Riachuelo

Areia Branca

Itabaiana

Campos do Brito

Cristinápolis

Arauá

Pedrinhas

Riachão do Dantas

Poço Verde

Lagarto

Itaporanga d’Ajuda

São Domingos

Pacatuba