A imprensa brasileira sofreu, no ano passado, 11 mil ataques por dia por meio de redes sociais, uma média de sete agressões por minuto, segundo dados do Relatório da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) sobre Violações à Liberdade de Expressão, disponibilizado no site da associação, nesta quarta-feira (11).

De acordo com estudo, empresa de consultoria que faz o monitoramento do universo digital, dos 5.708 posts do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Twitter, por exemplo, 432 continham críticas, insinuações e advertências sobre o trabalho dos veículos e jornalistas. “Esses conteúdos registraram 51,7 milhões de interações (compartilhamentos, retuítes, comentários e curtir), o equivalente a 7% das 737,4 milhões obtidas nos perfis do presidente no ano passado”, informou o documento.A imprensa também sofreu ataques de perfis de esquerda., com um total de 714 mil posts contra a mídia profissional, uma média de 1,9 mil ataques por dia.

O relatório também aponta para o aumento de 50% nos casos de violência contra jornalistas no Brasil entre 2018 e 2019. Segundo a Abert, em 2019, 78 profissionais da imprensa foram vítimas de violência presencial no país no ano passado. No total, foram registrados 56 casos de violência não-letal presencial. Os autores das agressões foram, principalmente, políticos ou ocupantes de cargos públicos. No documento, a entidade apontou que agressões físicas, como socos, pontapés e disparos de bala de borracha, por exemplo, continuam como a principal forma de violência não-letal presencial. No ano passado foram relatados 24 casos que envolveram 30 jornalistas; as ofensas vem sem seguida, com 8 casos.