A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu e formalizou a partir do dia 1º de janeiro deste ano a dependência de jogos eletrônicos na Classificação Internacional de Doenças (CID 11). O vício traz prejuízos físicos e emocionais nos âmbitos pessoal e profissional. O transtorno chamado de “Computer Gaming Addicts Anonymous (CGAA)” voltou a ser debatido devido ao aumento das competições de e-sports.

O gaming disorder (transtorno dos jogos eletrônicos), como também é conhecido, mesmo sendo classificado como uma dependência comportamental, possui um mecanismo de funcionamento semelhante ao da dependência física (química) que está associada ao uso de substâncias psicoativas que agem no cérebro, repercutindo no psiquismo e no comportamento humano. Essas substâncias atuam nas áreas ou circuitos de recompensa do cérebro, liberando a dopamina, que é um neurotransmissor associado à sensação de prazer. Por isso que os jogos eletrônicos são tão nocivos à saúde.

Os principais sintomas estão relacionados ao tempo de uso, à intensidade que o usuário dispõem e à prioridade que o jogo ganha na vida deles. Passando a substituir os momentos de interação com família, trabalho, estudos, lazer e amigos pelo vício. O tratamento da dependência de jogos eletrônicos exige um acompanhamento de profissionais especializados, como também de uma rede de apoio.

Estudos realizados por estudantes de Pernambuco indicam que existem pessoas mais predispostas à dependência e, no caso de jogos eletrônicos pessoas do sexo masculino como também aquelas com algum transtorno compulsivo ou personalidade impulsiva são mais propensas ao vício.

O comprometimento do vício em games pode ser ainda mais grave em crianças e adolescentes porque estão em processo de desenvolvimento, podendo ainda manifestar a síndrome de abstinência por meio de irritabilidade, insônia, ansiedade e tremores. A Sociedade Brasileira de Pediatria lançou um manual  que estabelece o tempo de uso de tela adequado para crianças e adolescentes.