A Organização Mundial da Saúde (OMS) não vai recomendar a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Rússia. O anúncio foi feito pelo diretor-assistente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa da Silva Jr, nesta terça-feira (11).

Segundo o comunicado, a organização ainda não recebeu do governo russo as informações técnicas sobre a vacina que registrou e pretende começar a utilizar ainda em agosto. A OMS está em contato com as autoridades russas para discutir procedimentos para a pré-qualificação.

“Uma vacina só pode ser aplicada em qualquer lugar do mundo depois que realizar os ensaios clínicos das fases 1, 2 e 3 e comprovar sua segurança e sua eficácia”, explicou o diretor.

De acordo com o diretor-assistente, além de concluir os ensaios, eles precisam ser analisados pelas autoridades regulatórias dos países em que a vacina pretende ser comercializada, e a OMS só pode pré-qualificar e recomendar qualquer produto, ou comprá-lo através do fundo rotativo depois de analisar todos os dados.

“Numa emergência de saúde pública há processos para uma uma avaliação mais rápida, mas apenas com a garantia de eficácia e segurança”, afirmou Barbosa da Silva.

Ainda segundo Barbosa, apesar do anúncio do Paraná de que fez um acordo para produzir a vacina russa mostrar uma intenção relevante, isso só terá efeito depois que os ensaios clínicos foram analisados.

“O esforço de buscar aumentar a capacidade de produção para uma futura vacina é importante, mas qualquer vacina ou produtor tem que seguir essa metodologia, e além da segurança informar o grau de eficácia. Não existe vacina 100% eficaz para nada”, afirmou.