Política


Presidente do TSE diz que Brasil iniciou transição para voto facultativo: “modelo ideal”


Publicado 06 de dezembro de 2020 às 18:25     Por Fernanda Sales     Foto Antonio Augusto / Ascom TSE

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que o voto obrigatório no Brasil tem se tornado facultativo, diante da alta abstenção ocorrida nas eleições municipais e que há o início de uma transição. “Acho que a gente começa a fazer uma transição. O modelo ideal é o voto facultativo, em algum lugar do futuro não muito distante, ele deve ser”, disse em entrevista ao jornal Folha de São Paulo neste domingo (6).

Luís Roberto Barroso ressaltou ainda que o voto hoje no Brasil é praticamente facultativo porque as consequências de não votar são pequenas. Segundo ele, um comparecimento de mais de 70% durante a pandemia merece ser celebrado. “Por que hoje ainda não defendo voto facultativo? Acho que a democracia brasileira vem se consolidando, mas ainda é jovem, e portanto ter algum incentivo para as pessoas votarem é positivo”, afirmou.

Durante a entrevista, Barroso refuta as suspeitas de grupos bolsonaristas, incentivados pelo presidente Jair Bolsonaro, sobre a confiabilidade da urna eletrônica e minimiza os efeitos das tentativas de ataques hackers ao sistema do TSE e o atraso na divulgação dos resultados do primeiro turno.

“A urna brasileira não é hackeável. No dia da eleição, emite no início da seção um boletim impresso, portanto tem voto impresso no Brasil, e se chama zerésima, que é para provar que não tinha nada ali dentro, e ao final da votação, às 17h, emite também impresso outro boletim, chamado boletim de urna, que tem nome dos candidatos e votos que receberam. Esse boletim é distribuído a todo mundo que esteja interessado, é afixado do lado de fora da seção. Portanto não há como fraudar”, explicou o presidente do TSE.

Barroso ainda indicou que há a chance de ligação entre os responsáveis por esses ataques com investigados nos inquéritos sobre fakenews e os atos antidemocráticos que correm no STF (Supremo Tribunal Federal), corte em que também atua como ministro. “Há forte suspeita, por isso indiquei o ministro Alexandre de Moraes para acompanhar a investigação, de que possa estar conectado a grupos que também fizeram ataques sistemáticos ao STF”, comentou ao jornal.

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