Política

Para 47%, Bolsonaro não tem culpa pelas mortes do novo coronavírus no Brasil, diz Datafolha

Publicado 15 de agosto de 2020 às 08:00 Por Eduardo Costa Foto Antonio Cruz/Agência Brasil

Para 47% da população brasileira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não tem culpa nenhuma nos mais de 100 mil mortos e três milhões de casos pelo novo coronavírus no país. A informação é da pesquisa Datafaolha divulgada nesta sexta-feira (14). Já 52% acreditam que ele tem responsabilidade, sendo 11% o vendo como o principal culpado e 41% o considerando um dos culpados.

Segundo o Datafolha, entre aqueles que consideram o governo ótimo ou bom, 80% acreditam que o presidente não tem responsabilidade. Já entre os que votaram em Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, este número é de 64%. Já entre os que consideram o governo ruim ou péssimo, 86% atribuem ao menos algum tipo de responsabilidade ao presidente.

Entre aqueles de maior renda (ou seja, ganhando mais de dez salários mínimos), 61% veem Bolsonaro como um dos culpados ou o principal culpado pela atual situação. Já entre os que ganham dois salários mínimos, o percentual despenca para 49%.

No recorte por raças, o maior percentual de culpa atribuída ao presidente está na população negra. Para 14% ele é o principal culpado, e para 48% um dos culpados. Já entre a população branca, 44% não vê culpa alguma no presidente.

Os números chamam a atenção pelo contexto brasileiro na pandemia. Desde o início, o presidente Jair Bolsonaro tem sido um negacionista da doença, minimizando seus efeitos e defendendo reaberturas para salvar a economia. O reflexo disso está no ministério da Saúde, que teve Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich demitidos em meio à crise, e agora é comandado pelo interino Eduardo Pazuello.

Em vários estados, a reabertura vem acontecendo e o relaxamento da quarentena aumenta gradativamente. Mas 49% dos brasileiros, segundo o Datafolha, acreditam na responsabilidade do país como um todo. Ou seja, para estes, o Brasil não fez o suficiente para evitar os números atuais.

A pesquisa Datafolha foi feita por telefone com 2.065 pessoas entre os dias 11 e 12 de agosto.