Ao ser questionado sobre educação sexual, o ministro da Educação Milton Ribeiro disse que as escolas “perdem tempo” falando de “ideologia” e ensinando sobre sexo, e que gays vêm de ‘famílias desajustadas’. A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, publicada nesta quinta-feira (24).

“Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”, disse.

O ministro ainda falou sobre os problemas do ensino remoto e alegou que a questão do acesso à internet não é responsabilidade do Ministério da Educação (MEC). De acordo com Ribeiro, cabe aos estados e municípios garantir a modalidade de ensino durante a pandemia do novo coronavírus.

“Não foi um problema criado por nós. A sociedade brasileira é desigual e não é agora que a gente, por meio do MEC, que vamos conseguir deixar todos iguais”, disse.

Segundo entidades ligadas à defesa da educação e aos direitos LGBTQI+, o ministro está “equivocado”, tanto em relação às questões do acesso à internet, quanto em relação aos direitos das pessoas homossexuais e transgêneros, com um discurso preconceituoso.

Para o coordenador-geral do Centro de Referência e Defesa da Diversidade, Eduardo Luiz Barbosa, há “desinformação” do ministro sobre o tema e terminologias. Barbosa ainda ressaltou sobre como Ribeiro utiliza o termo para nomear a comunidade com a palavra “homossexualismo”, que vincula a homossexualidade à doença devido ao sufixo “ismo”.