Política


Candidata à Câmara de Aracaju pelo PSL denuncia que mulheres são obrigadas a assinar “recibo em branco”


Publicado 26 de outubro de 2020 às 09:06     Por Adelia Felix     Foto Reprodução / Instagram

Analista de perfil comportamental e então candidata a uma cadeira na Câmara Municipal de Aracaju pelo PSL, Rosy Silva anunciou que desistiu da disputa, neste domingo (25). Em desabafo na rede social, a ex-postulante denunciou supostas irregularidades que estariam ocorrendo na legenda. Entre elas, lideranças da sigla estariam exigindo que as candidatas assinem “recibo em branco”.

O presidente do partido é Fábio de Pedrinho de Valadares, irmão do deputado estadual e candidato à prefeitura de Aracaju, Rodrigo Valadares (PTB). O PSL integra a coligação do parlamentar juntamente com o PMN e Patriota.

Segundo Rosy, ela participou de mais de 13 reuniões com representantes da legenda que fizeram o convite para que ela participasse do pleito. A 20 dias da disputa eleitoral, Rosy afirmou que ainda não recebeu nenhum recurso do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), também conhecido como Fundo Eleitoral, nem do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, o Fundo Partidário.

“Não foi passado para mim nenhum recurso partidário até hoje. E eu não tenho condições financeira, realmente estou sendo sincera, de continuar uma campanha. […] Houve também uma fala que iriam passar recurso do Fundo Partidário, faltando 20 dias, isso não foi cumprido”, disse após afirmar que teve “alguns prejuízos”.

Em seu relato, Rosy ainda denunciou que mulheres e homens recebem tratamento diferente no partido. “Não foi repassado nada para mim. O partido não trata com igualdade todas as pessoas. Eu vejo muito claramente isso. […] Como é que você vai permanecer em algo que não tem clareza alguma? Tem coisa que a gente pergunta e não tem resposta. O presidente do partido não responde. Eles exigiram que as mulheres assinassem recibo em branco, os homens não”, contou.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), consultados pelo AjuNews na manhã desta segunda-feira (26), indicam que a ex-candidata não recebeu nenhum recurso para campanha. Segundo a legislação eleitoral, as agremiações devem destinar no mínimo 30% do fundo eleitoral. Nas informações do TSE analisadas pela reportagem, o limite legal de gastos da ex-postulante esbarra em R$ 186.003,67. O PSL é dono de uma das maiores bancadas na Câmara dos Deputados, e segundo a Corte Eleitoral, a sigla ficou com R$ 193,7 milhões do fundo eleitoral.

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