Entrevista


“Edvaldo Nogueira e Márcio Macêdo são a mesma coisa”, avalia Almeida Lima


Publicado 04 de outubro de 2020 às 07:37     Por Larissa Barros     Foto Divulgação

Candidato à prefeitura de Aracaju, Almeida Lima (PRTB) afirmou em entrevista ao AjuNews que os também postulantes, Edvaldo Nogueira (PDT) e Márcio Macêdo (PT) ,“são a mesma coisa”, além de “imagens de uma mesma moeda” ao se referir à uma política de aliança entre os partidos durante os últimos 16 anos.

“Dois dos candidatos que aí se apresentam, representam a mesma coisa. O Edvaldo Nogueira e o Márcio Macêdo são a mesma coisa. São imagens de uma mesma moeda. E eu respondi isso, mostrei isso, melhor dizendo. O que representa Edvaldo e Márcio Macêdo, dois partidos que enquanto um é prefeito, o outro é vice, e aí troca de posição, quem era vice passa a ser prefeito, e quem era prefeito passa a ser o vice. Isso no estado também, e durante 16 anos. Logo, não representam mudança”, criticou Almeida Lima.

Ainda em entrevista, Lima criticou as gestões dos últimos 16 anos tanto da prefeitura de Aracaju, quanto do Governo de Sergipe. Ele também explicou o motivo de abrir mão do fundo eleitoral e ainda apresentou suas propostas na disputa pelo pleito.

Confira a entrevista completa:

AjuNews: O senhor foi senador, deputado federal, presidente da Administração Estadual de Meio Ambiente de Sergipe (Adema) e secretário Estadual da Saúde, além de prefeito de Aracaju, entre 1994 e 1996. O que motivou a entrar na disputa eleitoral neste ano?
Almeida Lima: Pela própria pergunta você já percebe que eu tenho responsabilidade política e social por Aracaju e por Sergipe. Especificamente, por Aracaju, porque eu escolhi esta cidade há 45 anos, para ser a minha cidade. Aqui eu fiz a faculdade de direito, me formei em direito, exerci a advocacia. Aqui eu me casei com Maria Helena, há 41 anos. Tive três filhos, Danilo, Juliana e Daniel, dois netos, Helena e Breno Filho. Portanto, diante das circunstâncias em que Sergipe e Aracaju vivem, em completo desarranjo nos seus diversos aspectos administrativos e de governos, o que vem se acumulando ao longo dos últimos 16 a 20 anos, agravado agora com a pandemia de covid-19, eu não poderia com essa responsabilidade política e social que tenho, cruzar os braços e não me oferecer à disputa eleitoral para ocupar o cargo de prefeito de Aracaju. Já que possuo uma vasta experiência. São trinta anos de vida pública, de honestidade, de boa gestão, de práticas, de acordos com a moral e com a ética. O que nós temos aí, não dá para continuar. O desemprego enorme, a falta de renda para as pessoas que perdem o emprego e já tem uma idade um pouco mais avançada, o que torna dificultoso arranjar outro emprego. A falência das pequenas, médias empresas, as dificuldades. Uma saúde de péssima qualidade. Então o que me faz entrar na disputa é exatamente perceber que a sociedade aracajuana está sofrendo com os governos que se sucederam, quanto na prefeitura, quanto no estado, ao longo dos 16 anos, e que tem deixado essa situação como herança. Veja, em Aracaju, quando prefeito era Déda, do PT, o vice era Edvaldo, que depois se tornou prefeito, cujo o vice era Silvio Santos, do PT. Depois Edvaldo se reelege prefeito novamente, cujo o vice é Eliane Aquino, a viúva de Déda. No estado a mesma coisa, Déda foi governador, o vice foi Belivaldo, Déda foi governador pela segunda vez, o vice foi Jackson. Jackson foi governador, e o foi Belivaldo. Belivaldo é governador, e o vice é Eliane Aquino, a mulher de Déda. Então vocês veem que é tudo a mesma coisa, e 16 anos de fracasso, inclusive tendo na presidência da república o compadre do então prefeito, e do então governador do PT. Aracaju e Sergipe deveriam ser o jardim, o paraíso e não é. Eis a razão da minha participação nesta eleição.

AjuNews: Como foi a definição pelo seu nome dentro do partido? Já que chegou a ser divulgado pela imprensa sergipana que o empresário e advogado Anderson Camilo também era apontado como pré-candidato.
Almeida Lima: A definição do meu nome, ao lado do doutor Luís Eduardo Prado, o meu candidato a vice-prefeito, foi por unanimidade de todos os convencionais. Sem nenhuma crise, sem nenhum problema.

AjuNews: Como avalia a gestão do prefeito Edvaldo Nogueira? Há pontos positivos e negativos?
Almeida Lima: Para avaliar a gestão do prefeito Edvaldo Nogueira basta perguntar, ou sentir, perceber, se a população de Aracaju está satisfeita com o nosso nível de oportunidade de empregos. Já que temos mais de 100 mil pessoas desempregadas e subempregadas. Basta sentir ou perguntar à população se ela está satisfeita com o péssimo atendimento, o não atendimento, o venha depois, a máquina quebrou, o médico não chegou, para o atendimento nas unidades de saúde do município. Se a população tem os seus exames marcados, realizados, as consultas e os atendimentos. Para se saber como anda a gestão Edvaldo Nogueira, basta que veja o resultado do índice de desenvolvimento da educação básica. Aracaju foi colocada no último lugar, pessimamente avaliada entre as capitais do país. A educação está boa e de qualidade? Basta saber se as pessoas estão gostando do trânsito de Aracaju, ou das enchentes dos bairros margeados pela bacia do Rio Poxim, JK, Sol Nascente, São Conrado. Se a população está satisfeita com a fedentina da Beira Mar, dos canais, dos esgotos, das enchentes. Avalia-se dessa forma.

AjuNews: Quais são as suas prioridades para Aracaju caso seja eleito em novembro? E que critérios adotaria para escolha de secretários?
Almeida Lima: Nós iremos trabalhar prioridades em todos os segmentos da gestão pública. Dá para estabelecer prioridades em todas elas, a geração de emprego, o desenvolvimento econômico com geração de emprego e renda. Aí você vai mobilizar alguns setores, a exemplo do próprio investimento público municipal na atividade econômica, que é quem mais investe no município, é o poder público municipal. Trabalhar o investimento de forma correta, descentralizada, para que a moeda e os recursos financeiros circulem na própria cidade e sejam propiciadores de novos investimentos, ampliando as riquezas, gerando empregos em todo os setores. Nós vamos trabalhar exatamente uma política de turismo que resulte na captação de turistas para Aracaju, com os mesmos objetivos de desenvolver a economia e gerar emprego e renda. As obras públicas serão dirigidas exatamente para a geração de empregos, a melhoria da qualidade de vida. Vamos transformar Aracaju em um pólo calçadista, um pólo de confecções. A fabricação através de pequenas fábricas, indústrias de doces, a partir de frutas tropicais daqui do próprio estado, ou seja, uma série de negócios para movimentar a economia, a geração de empregos, e equilibrar as finanças das empresas. Nós iremos desenvolver o maior projeto turístico em Aracaju. Nós faremos uma obra que vale por cinco, que atende a cinco segmentos, que é exatamente em toda a bacia do Rio Poxim, em Aracaju. Que bacia é esta? Todas essas águas que estabelecem confluência com o Rio Sergipe, ali na 13 de Julho. Por que é uma obra que vale por cinco? Porque nós vamos resolver primeiro a questão do meio ambiente deteriorado de toda essa bacia poluída, primeira resultante. Acabar com as enchentes que essa bacia provoca no período das chuvas nesses conjuntos a que me referi. Trabalhar o transporte público, desde o Jabotiana, Santa Lúcia, JK, Sol Nascente, São Conrado;Pantanal; Beira Rio; Jardim Esperança; Inácio Barbosa; Beira Mar; Treze de Julho. Pega o Rio Sergipe, Centro de Aracaju, Bairro Industrial. O quarto grande benefício é o da prática do esporte, e do lazer. Você descortinar para a Beira Mar todo esse Rio, isso você só encontra nas belas capitais do mundo, com a prática de esportes náuticos, todos os outros tipos de competição e de lazer. Por último, o engrandecimento do turismo. Se Alagoas, em Maceió, é vangloriada pelas suas águas azul turquesa, nós passaremos a ter na capital uma área considerada a mais vista. Hoje não é a mais nobre por conta da poluição dos esgotos, mas se tornará. Nós passaremos a ter uma capital única nesse aspecto, comparável a outras. Portanto, temos inúmeras prioridades, e aí eu incluo a questão do urbanismo e da revitalização do Centro de Aracaju num grandioso projeto que vai atender exatamente a todas essas questões de geração de emprego, urbanização, de esporte, lazer, turismo e também a questão cultural.

AjuNews: A chapa optou por não usar o fundo eleitoral no pleito deste ano. Por qual motivo fizeram essa escolha?
Almeida Lima: O nosso partido, PRTB, entendeu que o momento pela circunstância de crise, de pandemia, não era ético e moral fazer uso de recurso público do fundo eleitoral, portanto, para a campanha eleitoral. O meu partido entendeu que deveria renunciar a essa verba, e portanto, não fez opção pelo uso, nós não iremos usar, e a razão é exatamente essa.

AjuNews: A última pesquisa com intenção de voto mostrou em boas posições Edvaldo e Danielle, esta última que se apresenta como “a nova política”. Como pretende mostrar para os eleitores que o senhor é a melhor escolha em relação a estes dois adversários?
Almeida Lima: Não tenho conhecimento de nenhuma pesquisa, nem trabalho, campanhas eleitorais me guiando por pesquisas. A minha preocupação é conversar com a população, dialogar, mostrar que representamos a esperança para o povo de Aracaju. Sobretudo porque dois dos candidatos que ai se apresentam, representam a mesma coisa. O Edvaldo Nogueira e o Márcio Macêdo são a mesma coisa. São imagens de uma mesma moeda. E eu respondi isso, mostrei isso, melhor dizendo. O que representa Edvaldo e Márcio Macêdo, dois partidos que enquanto um é prefeito, o outro é vice, e aí troca de posição, quem era vice passa a ser prefeito, e quem era prefeito passa a ser o vice. Isso no estado também, e durante 16 anos. Logo, não representam mudança, nem esperança nenhuma, e é preciso mudar a realidade que se encontra. Não dá para continuar convivendo assim. Tanto que, quando assistimos uma entrevista, um falando mal do outro, a gente chega a conclusão de que os dois estão falando a verdade, um em relação ao outro. Portanto, o nosso espaço junto ao eleitorado de Aracaju vai sendo aberto, mostrando que nós, ao invés de prometer já fizemos, e fizemos muito. Não apenas como prefeito, mas como senador, como deputado federal, como secretário de saúde, pela experiência que tenho e pelo trabalho já demonstrado.



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