A covid-19 matou cinco vezes mais do que os homicídios em Sergipe, de acordo com dados de um levantamento feito pela Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEACrim), e divulgado nesta quarta-feira (31).

O relatório aponta que, entre 2 de abril de 2020 e 28 de março de 2021, ocorreram 702 homicídios dolosos, enquanto que, no mesmo período, de acordo com os dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), 3.432 pessoas perdem a vida em decorrência do covid-19 em Sergipe.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os dados da CEACrim mostram ainda que, levando em consideração a população total do estado, estimada em 2.318.822 pessoas, a taxa de homicídios é de 30,3. No entanto, ao verificar a taxa de mortes pela doença, o número sobe para 148.

De acordo com o coordenador da CEACrim, Sidney Teles, a taxa é calculada por 100 mil habitantes e o número de mortes pela covid-19 é cinco vezes maior.

“Com os 2,3 milhões de habitantes, pegamos o número de mortes e tivemos em torno de 148 mortes a cada 100 mil habitantes pela covid-19. E a taxa de homicídios, é de 30,3 mortes a cada 100 mil habitantes. O número é quase cinco vezes maior. Quando vemos apenas o número, não conseguimos entender a dimensão da covid-19, mas quando comparamos com um crime que nos assusta, percebemos que o impacto do coronavírus é muito maior”, disse.

O secretário da segurança pública, João Eloy de Menezes, destacou que os dados não são apenas números, mas sim pessoas, que perderam a vida para um inimigo invisível. Além disso, ele afirmou que o estado perdeu mais vidas para covid-19 do que pelo tráfico de drogas, roubos e outros crimes.

“A covid-19 é real e está circulando em todos os locais do país. Não há distinção de idade, raça, sexo, condição de saúde. São filhos, pais, mães, avós, que perderam suas vidas para o coronavírus. E o que a CEACrim levantou é extremamente alarmante. Estamos perdendo muito mais vidas para a covid-19, que pode ser evitada com máscaras, álcool em gel, distanciamento e respeito às medidas sanitárias, do que para criminosos em posse de armas de fogo, por exemplo. Perdemos mais vidas para covid-19 do que pelo tráfico de drogas, roubos e outros crimes”, destacou.

O secretário João Eloy de Menezes relembrou ainda que, embora já esteja ocorrendo a campanha nacional de imunização contra a doença, ainda há muito o que se fazer até que a população brasileira possa voltar à normalidade de suas atividades.

“Estamos vacinando? Sim. Mas ainda falta muito até atingirmos toda a população. Em Sergipe não é diferente. As autoridades de saúde estão focadas nessa imunização, mas, até o momento, o que podemos fazer é nos cuidarmos, cuidarmos de todos, da coletividade. São gestos simples que podem salvar vidas”, concluiu.