O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), voltou a negar um rompimento com o partido da vice-governadora Eliane Aquino, o Partido dos Trabalhadores. Em entrevista à Fan Fm, nesta terça-feira (17), o gestor comentou sobre fala da parceira de chapa que destacou o papel da militância do PT na eleição de Belivaldo.

“É interessante essa história de dizer que o PT teve um papel importante e foi preponderante no processo de eleição do governador, tendo Eliane como vice-governadora. E aí eu faço uma pergunta: Edvaldo Nogueira será que teve um papel importante no processo de formação desse bloco em algum momento? E no entanto eu pergunto: O que fizeram com Edvaldo Nogueira na eleição passada? Será que foi justo?”

A fala é uma crítica ao episódio em que o PT preferiu lançar Marcio Macedo como candidato à prefeitura de Aracaju, em 2020, ao invés de apoiar o ex-parceiro de chapa de Aquino à reeleição. Eliane foi vice-prefeita da cidade na gestão do atual pedetista nos anos de 2016 a 2018.

“Uma candidatura do PT para prejudicar Edvaldo. Será que foi justo? Se é pra radicalizar eu radicalizo”, alfineta Chagas. “O que quero dizer é o seguinte, o que já repeti ‘n’ vezes, ninguém vai colocar peça de traidor em Belivaldo. Ninguém. Absolutamente ninguém. Inclusive aquele cidadão que foi entrevistado esses dias dizendo que Belivaldo é o símbolo da ingratidão”, afirmou o governador em referência ao ex-senador pelo PSB, Antônio Carlos Valadares.

“Símbolo de ingratidão, de traição é quem deixou o bloco para apoiar quem não era do bloco. Eu estou onde sempre estive, houve um afastamento, eu não chamo de rompimento. Eu apoiei Dilma, eu apoiei Lula. Eu estou no mesmo lugar. Aí vem esse novo movimento político, normal. O que eu disse foi: Quem quiser ser candidato que bote a cara de fora, se vire. Tente viabilizar. Agora quem faz besteira no meio do caminho, achando que tá certo…”, critica ele.

Ainda em sua fala, o gestor relembrou uma reunião onde foi comunicado a candidatura solo do PT à prefeitura da capital. “A vice, por quem nutro respeito e carinho, deve lembrar das minhas palavras, porque eu lembro das dela…Pra ficar em quarto lugar e não eleger um vereador”, lembra o governador ao defender que Professora Ângela Melo foi eleita com apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese) e não pelo partido.

Ao ser questionado se o partido do ex-presidente Lula estaria pedindo um espaço maior do que pode ocupar, Belivaldo desconversou. “Não sei o tamanho de ninguém, até porque eu não tenho nem régua. Cada um faz o que quer da vida. Eu não tenho problema nenhum com o PT, não estou em crise nenhuma com o PT, agora, se Eliane não conhece os movimentos como um todo…Eu também não conheço, mas muita coisa chega ao meu conhecimento”, concluiu Chagas.

Leia mais
“Qualquer partido tem total direito de se colocar no jogo”, afirma Eliane Aquino sobre críticas ao PT