Uma pesquisa feita pelo Instituto Paraná avaliou a relevância dos ex-presidentes brasileiros após eles terem ocupado o mais alto posto da República. O resultado apresentado aponta que a maioria da população não dá a menor atenção aos ex-presidentes brasileiros. O estudo foi encomendado pela revista Veja e publicadas neste domingo (12).

O órgão fez, aos 2.082 entrevistados, uma série de perguntas sobre o grau de conhecimento a respeito da gestão dos ex-mandatários, a avaliação do desempenho de cada um e a importância dada às opiniões que eles emitem. Nenhum dos seis ex-presidentes vivos consegue ter uma boa avaliação ou uma marca muito positiva sobre seus mandatos.

José Sarney, que governou entre 1985 e 1990, possui o maior índice de desconhecimento entre os entrevistados: 82,4% disseram conhecer pouco ou nada sobre o período em que ele ocupou a Presidência. O governo Sarney foi marcado, principalmente, pelo processo de redemocratização e pela construção da Constituição Federal de 1988, em vigor até hoje.

O índice cai para 74,5% quando se trata do ex-presidente Fernando Collor, 70% quando avalia Fernando Henrique Cardoso, 35,3% no caso de Lula, 37,3% para Dilma Rousseff e 48,6% para Temer. Mas o fato de a população ter conhecimento sobre a gestão petista não é, necessariamente, positivo. Dos entrevistados, 36% não souberam dizer ou avaliam que não há nenhuma área de destaque da era Lula. Outros 24,1% ressaltaram a área social. Mas, quase 40% das pessoas ouvidas citam a corrupção como um retrato de sua gestão.

Já para Dilma, 65,6% não souberam dizer ou avaliam que não há nenhuma área de destaque em seu período. O aumento da corrupção é lembrado por 30% dos avaliados. As gestões de Temer e de Fernando Collor também foram lembradas pela corrupção com menção de 25,6% e 16,3%, respectivamente, pelo entrevistados. Na avaliação geral, 37,7% consideraram a administração de Lula ótima ou boa – o melhor índice alcançado. Na sequência estão FHC, com 30%, Dilma, com 22%, Sarney, com 14,9%, Temer, com 10,3%, e Collor, com 9,4%.

Quando questionados sobre a importância dos pronunciamentos e entrevistas, todos os ex-presidente se aproximam nos percentuais apresentados e a irrelevância atinge a todos: 85,1% afirmaram dar pouca ou nenhuma importância às falas de Sarney. Para Collor, o índice é de 89,2%. FHC fica com 81,2%, Lula com 71,2%, Dilma com 81,4% e Temer com 90,3%.