A Globo foi condenada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) a pagar uma indenização de R$ 30 mil acrescida de juros, por uso indevido de imagem e dano moral para o professor Ricardo José Rímola, que venceu o processo mesmo após a sua morte. As informações foram publicadas nesta quinta-feira (20) pelo site MSN.

No ano de 2013, o professor foi vítima de uma pegadinha no quadro ‘X1000’, do Caldeirão do Huck, que é apresentado por Luciano Huck, mas Rímola não autorizou o uso para exibição de sua imagem. Porém, mesmo após a negativa, o programa o mostrou no quadro, o que acabou gerando o processo. A decisão demorou, pois em 2015, Ricardo morreu em decorrência de problemas pulmonares.

Segundo as informações, Rímola tinha acabado de sair de uma consulta médica quando foi abordado por um ator do quadro, que estava interpretando um falso desempregado, ele usava uma camisa manchada por uma caneta azul estourada, e pediu a camisa do professor emprestada para ir a uma entrevista de emprego. O fato ocorreu na praça Saenz Peña, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Ricardo não cedeu a sua camisa e em seguida foi abordado por dois produtores do programa, que lhe explicaram o quadro e pediram que ele assinasse um termo de uso de imagem. Mas o professor não autorizou e ao descumprir, a Globo ligou a imagem de Rímola a uma pessoa que não é gentil.

“A Rede Globo fez uso da imagem do autor sem seu devido consentimento. Tal fato, por si só, já se caracteriza como reprovável, pois nem todas as pessoas desejam participar de quadros televisivos em cadeia nacional […] No caso em análise, o autor não atendeu à solicitação [do ator], sendo retratado em cadeia nacional como exemplo de pessoa não gentil, evidenciando, assim, uma característica negativa”, afirmou o juiz Leonardo Grandmasson Ferreira.

A sacada do quadro ‘X1000’, era de que a primeira pessoa que aceitasse fazer a gentileza de emprestar a roupa para o ator ir à suposta “entrevista”, seria festejado pelo apresentador Luciano Huck e uma banda de fanfarra, além de poder multiplicar o valor do dinheiro que tivesse no bolso por mil.

Ainda segundo a publicação, Ricardo Rímola era coordenador do Curso de Enfermagem da Universidade São Camilo, além de ser professor de Legislação e Ética do centro de ensino, e após a pegadinha passou a ser alvo de piadas dos alunos.

A Globo ainda pode recorrer contra a decisão, e em sua defesa no processo alegou que não houve lesão à imagem do autor, e que há “ausência de provas acerca dos fatos alegados, pedindo pela improcedência do pedido”.