Saúde


‘Bahia pode entrar em lockdown nos próximos dias’, alerta comitê científico do Consórcio Nordeste


Publicado 19 de fevereiro de 2021 às 14:46     Por Peu Moraes     Foto Rovena Rosa / Agência Brasil

O estado da Bahia pode entrar em lockdown nos próximos dias, por causa do avanço de novos casos da covid-19, o alerta foi feito pelo neurocientista e coordenador do comitê científico do Consórcio Nordeste, Miguel Nicolelis, nesta sexta-feira (19), em entrevista ao jornal Correio. “Desde dezembro alertamos a situação do estado. As eleições e festas de final de ano se sincronizaram e fizeram os números crescerem”, afirmou o cientista.

O cientista ressaltou que a primeira recomendação de lockdown em Salvador foi em julho de 2020. “A situação vivida agora é muito semelhante a julho e agosto, sendo que temos uma tendência de crescimento na Bahia. As eleições municipais mesmo nunca deveriam ter ocorrido. Poucos ouviram nossos alertas e todas as previsões que fizemos se materializaram”, disse.

Ainda segundo Nicolelis, a realização do carnaval me 2022 está ameaçado, uma vez, que a vacinação ainda está de forma lenta por falta de doses e as variantes mais infecciosas que afetam também as pessoas jovens, o que deixa o sistema de saúde pressionado. “Ironicamente, a maioria dos gestores parece ter colocado economia como prioridade, mas com medidas paliativas eles só empurraram a crise, que pode durar mais tempo do que o esperado”, finalizou.

Nesta sexta-feira, cerca de 80% dos municípios baianos, incluindo a capital, Salvador, entram em toque de recolher, por sete dias, de 22h às 5 horas da manhã. A medida foi decretada pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT), para conter o avanço do vírus e reduzir as taxas de ocupações nos leitos para covid-19.

Em Salvador, o prefeito Bruno Reis (DEM), decretou o fechamento de todos os parques municipais, além de suspender os atendimentos nos órgãos públicos considerados não essências.

Já em Sergipe, o governo afirmou que está estudando medidas para tentar conter a disseminação da variante britânica do coronavírus, encontrada na Bahia, nomeada como B.1.1.7. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o caso da variante britânica foi confirmado após o sequenciamento genético da amostra de um homem, 62 anos, em Salvador, sem histórico de viagem ao exterior.

O Laboratório Central de Sergipe (Lacen) tem feito uma vigilância laboratorial para detectar, no estado, a presença e circulação de três variantes do novo coronavírus de interesse mundial, a de origem brasileira, a britânica e a 501.V2, da África do Sul. Elas têm a capacidade de se espalhar com mais facilidade do que outras versões do vírus.

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