As fortunas de bilionários brasileiros cresceu cerca de US$ 34 bilhões desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19). A informação foi divulgada pela ONG Oxfam, com dados do ranking de bilionários da revista Forbes.

De acordo com o levantamento do relatório Quem Paga a Conta?, o patrimônio líquido dos mais ricos subiu de US$ 123,1 bilhões em março para US$ 157,1 bilhões em junho deste ano.

Ao todo são 73 bilionários latino-americanos e do Caribe que aumentaram suas fortunas em US$ 48,2 bilhões. Destes, 42 são brasileiros. Segundo a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, a riqueza dessa elite de supermilionários da região cresceu 17% desde meados de março.

“US$ 48,2 bilhões, que equivalem a 38% do total dos pacotes de estímulo que o conjunto de governos implementou e a nove vezes a intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) com empréstimos de urgência à região até o presente momento”, explicou.

Para Katia, os dados são assustadores, pois um pequeno grupo de milionários lucraram como nunca numa das regiões mais desiguais do mundo.

“É um tapa na cara da sociedade que, tanto no Brasil como nos demais países latino-americanos e caribenhos, está lutando com todas suas forças para manter a cabeça para fora d’água”, afirmou a diretora.

O relatório da ONG cita também o abalo nas Bolsas de diversos países afetados pela pandemia, impactando os investimentos dos bilionários. No entanto, afirma que suas fortunas “são um antídoto que lhes permite contar com uma capacidade de reação para rapidamente recolocar seus investimentos em ativos mais seguros ou rentáveis, assim como aproveitar as oportunidades do mercado”.