Economia
Mesmo com direito ao benefício, 3,7 milhões de lares não recebem o Bolsa Família
Das 17,9 milhões de famílias que tem direito ao Bolsa Família, principal programa de distribuição de renda do país, 3,7 milhões não estão inclusas na folha de janeiro deste ano para receber o benefício. As informações são do Uol, de acordo com levantamento dos dados coletados em novembro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a levantamento, feito pelo economista Daniel Duque, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), apenas 14,2 milhões receberão o dinheiro do governo. Para o economista, em novembro, 16,9 milhões de famílias estavam em situação de extrema pobreza. Já as famílias em situação de pobreza e que têm pelo menos uma criança ou adolescente menor de idade somavam 1 milhão.
Para ter direito ao benefício, é preciso que a renda familiar seja: de até R$ 89 mensais por pessoa (extrema pobreza); ou entre R$ 89,01 e R$ 178 mensais por pessoa, desde que a família tenha criança ou adolescentes de 0 a 17 anos (pobreza).
De acordo com a publicação, não basta preencher os requisitos de renda para receber. É preciso que a família esteja regular no Cadastro Único e que o governo federal autorize os pagamentos, o que depende de orçamento disponível.
Segundo a Pnad covid-19, pesquisa para detectar os impactos da pandemia sobre a saúde e o mercado de trabalho, em maio, 15,2 milhões de lares estariam dentro dos critérios de renda do Bolsa Família (14 milhões em extrema pobreza e 1,2 milhão em pobreza). Houve, portanto, um crescimento de 2,7 milhões de famílias elegíveis ao programa em apenas seis meses.
Há ainda outros critérios que podem tirar as famílias do programa. O Ministério da Cidadania, em parceria com outras pastas, exige vacinação das crianças até 6 anos e frequência escolar das crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. As consequências para a família que descumpre alguma exigência podem ser advertência, bloqueio ou suspensão do benefício.
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