Professores da rede estadual de ensino decidiram não retomar as aulas presenciais em Sergipe, nesta terça-feira (17), somente para os estudantes do 3º ano do Ensino Médio, Pré-Universitário e da 4ª Etapa da EJAEM. O anúncio foi feito pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado de Sergipe (Sintese).

O Governo do Estado emitiu uma nota informando que o retorno das aulas estão mantidos. Além disso, destacou que todos os protocolos sanitários estão sendo adotados.

De acordo com o representante da categoria, a decisão foi tomada por meio de assembleia virtual, e um ofício foi enviado ao governador Belivaldo Chagas (PSD), solicitando o adiamento “diante da impossibilidade de retorno”.

No ofício, é relatado que “na esmagadora maioria das escolas estaduais não foram realizadas obras estruturais para adequar os prédios escolares às medidas sanitárias editadas pelo próprio Governo”.

É importante ressaltar que em quase todos os estabelecimentos de ensino da rede pública estadual faltam servidores administrativos para executar os protocolos sanitários, que como se sabe, são necessários para conter a disseminação da Covid 19 e assegurar a limpeza, higienização e sanitização dos ambientes.

De acordo com o Sintese, a Secretaria de Estada da Educação, do Esporte e da Cultura (SEDUC) está transferindo recursos para as escolas municipais para a compra de EPI’s, EPC’s, materiais de limpeza e de higienização, além de pequenas serviços para atender às exigências sanitárias, sem considerar o tamanho do prédio escolar, a quantidade de salas de aulas e a matrícula.

“O que estamos vendo é uma tentativa de retorno atabalhoada e sem planejamento por parte do Governo do Estado e da SEDUC. Para se ter uma ideia, até a presente data, apenas algumas poucas unidades de ensino criaram a ‘Comissão Escolar de Fiscalização das Medidas Sanitárias’ para garantir o retorno seguro das aulas presenciais, com a participação dos professores, estudantes, pais, mães e dos servidores técnicos-administrativos”, disse a presidenta do Sintese, professora Ivonete Cruz.

Outros pontos destacados foram: falta de um plano de transporte escolar; falta de diálogo por parte da Seduc; e ausência de auxílio financeiro, a partir do Salário-Educação, para subsidiar as despesas que os professores e professoras estão tendo, mensalmente, para cobrir os custos operacionais das aulas não presenciais.

O sindicato solicitou ao governador a testagem em massa em todos os professores e estudantes que foram convocados para o retorno presencial na primeira fase, conforme disposto na Resolução nº 03, de 15 de outubro de 2020, do Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (CTCAE). Bem como apresentar um plano de monitoramento e testagem periódica.

Outro lado

A Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura reforçou, por meio de nota, que mantém o retorno das aulas presenciais de forma parcial, gradual e segura em 209 escolas estaduais. “Todas elas retornarão até o dia 30 de novembro. As unidades escolares estão prontas para receber os alunos, professores e servidores e seguem os protocolos sanitários, pedagógicos e de gestão”, informou a pasta.

Segundo a secretaria, nesse primeiro momento, 6 mil alunos professores e servidores serão testados voluntariamente por amostragem, com cálculo científico realizado pela Universidade Federal de Sergipe, levando em consideração o universo quantitativo de estudantes e professores que deverão retornar presencialmente.

Ainda de acordo com a Seduc, voltam de forma gradual e parcial cerca de 21.560 alunos das turmas das terceiras séries do Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e do curso Pré-Universitário, o que corresponde a 14% dos matriculados da rede estadual.

Nesta segunda-feira (16), o superintendente executivo da Seduc, professor José Ricardo de Santana, reuniu-se com representantes de entidades estudantis para uma conversa sobre a retomada das aulas presenciais.

O encontro aconteceu de maneira virtual, por meio da plataforma Google Meet, e contou com a presença da presidente da União Sergipana dos Estudantes Secundários de Sergipe (Uses), Lizandra Dawany, e do coordenador da Coordenadoria Especial de Juventude (Cejuv), Eduardo Oliveira.

Ele explicou que a volta se dará, primeiramente, com os alunos do 3º ano do ensino médio, porque eles farão as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em janeiro. Mas o retorno se dará em três horas presenciais, somente com 50% da capacidade das turmas, e os alunos irão se revezando em um sistema de rodízio.

O superintendente ainda pontuou algumas ações que foram feitas para preparar as unidades de ensino, como a liberação de recursos do Profin, a fim de que as escolas pudessem comprar materiais específicos de limpeza recomendados para evitar a transmissão da covid-19. Ele citou também investimentos na infraestrutura das escolas, transporte escolar e alimentação dos estudantes, entre outras melhorias. O professor Ricardo explicou que “todas as unidades deverão retornar até o dia 30, e deverão constituir um Comitê Escolar composto pelo diretor e por um representante dos professores, estudantes, funcionários e família dos alunos, para fazer o acompanhamento de como estará se dando o retorno das aulas”.

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