Um caderno com orientações para quando Fabrício Queiroz fosse preso, pertencente a sua esposa, Márcia Oliveira de Aguiar, contém os números de celulares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a primeira-dama Michelle, ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e a diversas pessoas ligadas à família.

Segundo divulgado pelo jornal Estadão, nesta quinta-feira (2), no material escrito à mão por Márcia, que segue foragida, há informações sobre contatos de policiais, pessoas envolvidas com a milícia e políticos do Rio de Janeiro, como Rodrigo Amorim (PSL) e Marcelo do Seu Dino (PSL), o federal Lourival Gomes (PSL-RJ).

Um desses contatos estaria guardando uma pistola Glock para Queiroz enquanto o ex-assessor se escondia em São Paulo. Ainda de acordo com a reportagem, não é possível saber a data exata das anotações, mas há indícios que deixam claro que elas foram feitas após a eleição de 2018.

A família do presidente compõem grande parte do caderno. Em uma mesma folha, dois números dele e um de Michelle aparecem juntos. Em outra, um celular de Flávio e um de sua mulher, Fernanda. O contato de Max Guilherme Machado de Moura, ex-segurança e hoje assessor especial do presidente, e de Alexandre Santini, sócio de Flávio na loja de chocolates investigada por suposta lavagem de dinheiro, também aparecem nas folhas.

O caderno foi apreendido em dezembro de 2019, quando o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Fabrício Queiroz. Ele é investigado, assim como o filho do presidente, como integrantes de um esquema de ‘rachadinhas’ na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).