Em busca de criar um diálogo com o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, telefonou na terça (14) para o ministro Gilmar Mendes, do STF, após ser orientado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, nesta quarta-feira (15).

Segundo a coluna, a informação foi confirmada pelo ministro do Supremo e sem entrar em detalhes ele afirmou que “foi uma conversa cordial”.

De acordo com a colunista, o interlocutor do presidente disse que a conversa foi precedida por uma mediação. Durante o diálogo, o Pazuello teria dado informações a Gilmar Mendes sobre medidas que estão sendo tomadas para o combate à pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19) e explicou as dificuldades no enfrentamento da doença.

Ainda segundo a publicação, Gilmar fez fortes críticas à gestão do Ministério da Saúde disse que o Exército estava se associando a um “genocídio”. O general Eduardo Pazuello já nomeou 28 militares para cargos na pasta.

Após a declaração do magistrado, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica divulgaram uma nota dura rebatendo a acusação de Gilmar e afirmaram que ela é “infundada, irresponsável e sobretudo leviana”. O vice-presidente, general Hamilton Mourão, exigiu retratação.

Apesar disso, o presidente não fez comentários públicos nem defendeu os militares. Para a colunista, o telefonema de Pazuello seria mais um sinal de paz de Bolsonaro.