O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (6) que o Brasil tem seringas suficientes para as primeiras duas milhões de doses que o país vai receber da vacina contra a covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.

No Palácio da Alvorada, o presidente disse aos apoiadores que: “Nós fizemos um leilão e o preço foi lá pra cima. Então nós suspendemos. Agora, temos seringas suficientes para as primeiras duas milhões de doses que vão chegar. Agora, se a gente compra o preço lá em cima, a imprensa ia me acusar de ser corrupto e com o preço superfaturado. Então foi suspenso. E o Brasil, se eu não me engano, é o terceiro maior fabricante de seringas. Então não tem problema”.

Segundo o site Metrópoles, o presidente fez referência a uma licitação feita pelo Ministério da Saúde, na semana passada, para a compra de seringas e agulhas, com objetivo de imunizar a população contra a covid-19. O pregão da pasta previa a compra de 331 milhões de seringas, mas as empresas que demonstraram interesse garantiram a entrega de apenas 7,9 milhões.

Em uma publicação nas redes sociais, também nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro chegou a acusar fabricantes de seringas de terem aumentado os preços e afirmou que, por esse motivo, o governo federal suspendeu a compra do produto. “O Brasil consome 300 milhões de seringas por ano. Também somos um dos maiores fabricantes desse material. Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam, e o ministério suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade”, escreveu.

Tarifa zerada
Ainda nesta quarta, o Ministério da Economia anunciou que até 30 de junho, as seringas e agulhas de outros países entrarão no Brasil sem pagar tarifas. A medida torna mais barata a compra desses produtos para vacinação contra a covid-19.

Agulhas e seringas em estoque
Secretarias estaduais de saúde dizem ter ao menos 116 milhões de unidades de agulhas e seringas em estoque, o que, segundo gestores, permitiria o início da estratégia de imunização contra a covid-19 assim que houver uma vacina aprovada. De acordo com o levantamento feito pela Folha de São Paulo, junto às secretarias, há previsão de entrega de ao menos 206 milhões de seringas e agulhas em compras feitas pelos estados nos próximos meses, dos quais 153 milhões são previstos para a covid-19.

Estados que informaram dados detalhados apontaram 62 milhões de seringas e agulhas reservadas para uso na vacinação contra o coronavírus. Ainda segundo o levantamento, as secretarias apontam risco de que haja escassez ao longo do ano caso não haja novas compras pelo Ministério da Saúde para fornecer seringas aos estados, uma vez que parte desse valor engloba o uso para outras doenças.

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