Política


Bolsonaro anuncia suspensão da compra de seringas e usa dados falsos sobre vacina da Pfizer


Publicado 06 de janeiro de 2021 às 10:44     Por Eduardo Costa     Foto Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou na manhã desta quarta-feira (6) a suspensão da compra de seringas por parte do Ministério da Saúde, “até que os preços voltem à normalidade”. Ele ainda utilizou dados falsos a respeito da vacina contra a covid-19 produzida pela farmacêutica Pfizer em parceria com a BioNTech.

“Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o MS suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade. Estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande”, afirmou Bolsonaro nas redes sociais.

Em portaria publicada no último dia 31 de dezembro, o governo federal restringiu a exportação de seringas e agulhas, após o fracasso na tentativa inicial de compra destes produtos por parte do Ministério da Saúde. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a Saúde Saúde só conseguiu encaminhar contratos de 7,9 milhões dos 331 milhões de conjuntos de seringas e agulhas procurados.

Doses da Pfizer
Na mesma postagem, Bolsonaro ainda utilizou dados falsos sobre a vacina da Pfizer com a BioNTech. O presidente, errando o nome da farmacêutica (utlizou “Pfaizer”), disse: “Por volta de 44 países estão vacinando. Contudo, a Pfaizer venceu para muitos dessas apenas 10.000 doses. Daí a falácia da mídia como se estivessem vacinando toda a população”.

Porém, os principais países que compraram doses da Pfizer utilizaram quantidades muito maiores. Os Estados Unidos, por exemplo, anunciaram no último dia 23 de dezembro a compra de mais de 100 milhões de doses do imunizante. Até 30 de junho de 2021, devem ser entregues 70 milhões de doses em questão.

Um dia depois, chegaram ao Chile as primeiras 10 mil doses da mesma vacina. Mas o presidente do país, Sebastián Piñera, garantiu que foram asseguradas até o primeiro semestre de 2021 o equivalente a 30 milhões de doses.

Já no caso do México, a primeira leva contou com apenas três mil doses. Porém, o governo mexicano afirmou que “o próximo carregamento da vacina Pfizer será de 50 mil, que iniciará um processo de entregas periódicas que somará 1,4 milhão até 31 de janeiro”.

Por fim, no Reino Unido, primeiro país a vacinar seus habitantes, o pedido foi de 40 milhões de doses. Apenas na primeira semana de vacinação, no começo de dezembro do ano passado, a expectativa era de garantia de 800 mil doses do imunizante da Pfizer para os britânicos.

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