Política


União é condenada a pagar R$ 50 mil por falas de Abraham Weintraub sobre maconha nas universidades federais


Publicado 01 de agosto de 2020 às 10:00     Por Eduardo Costa     Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

A União terá que pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais à sociedade por causa do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub. Em novembro de 2019, ele afirmou em entrevista ao Jornal da Cidade Online que as universidades federais desenvolviam plantações e laboratórios de produção de maconha. A decisão foi tomada pela juíza Silvia Figueiredo Marques, da 26ª Vara Cível Federal de São Paulo.

A decisão foi tomada após ação movida pela União Nacional dos Estudantes (UNE). Ainda cabe recurso, mas caso ele não seja aceito, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo o valor será repassado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, gerido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Na entrevista de novembro do ano passado, Weintraub disse que faculdades de química desenvolviam laboratórios de droga sintética. “Você tem plantações extensivas de maconha em algumas universidades. A ponto de ter borrifador de agrotóxico”, afirmou o ex-ministro, que teve que dar explicações na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados pelas afirmações (e repetiu a ideia).

A juíza Silvia Figueiredo Marques, que autorizou a condenação, destacou que Weintraub “quando fez as afirmações apontadas, o fez na figura de ministro da Educação. Não foi um comentário de um qualquer do povo. Foi o ministro da Educação falando dos estudantes”.

“É fato notório, não necessitando, pois, de prova, o viés ideológico do ex-ministro. Aliás, tanto ele fez e falou que terminou por deixar o ministério. Sendo que ainda se apura se o uso do passaporte diplomático por ele, imediatamente à saída do cargo para adentrar os Estados Unidos, foi regular”, complementou a magistrada.

Segundo o Estadão, a defesa de Abraham Weintraub alegou que ele não acusou estudantes, professores e reitores, mas apenas fez “referência a reportagens jornalísticas, divulgadas em vários veículos de comunicação”. Hoje, o ex-ministro está nos Estados Unidos e recentemente foi aceito para o cargo de diretor-executivo no conselho do Banco Mundial.

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