Política


Após combustíveis, Bolsonaro pressiona por conta de luz mais barata


Publicado 22 de fevereiro de 2021 às 09:43     Por Fernanda Sales     Foto Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

Após ajustes nos preços dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pressiona as equipes econômica e de energia por medidas para baixar a conta de luz. De acordo com a Folha de São Paulo, a ideia é usar R$ 70 bilhões de um fundo setorial e tributos federais para reduzir tarifas.

Na sexta-feira (19), o presidente indicou o general Joaquim Silva e Luna para comandar a estatal em substituição ao economista liberal Roberto Castello Branco. Neste ano, o reajuste tarifário estimado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) será de cerca de 13%. No sábado (20), Bolsonaro afirmou que vai “meter o dedo na energia elétrica, que outro problema também”.

Ainda segundo a publicação, Bolsonaro informou que mais mudanças ocorrerão nesta semana. A promessa foi feita um dia depois de ter anunciado a troca de presidência na Petrobras. “Assim como eu dizia que queriam me derrubar na pandemia pela economia fechando tudo, agora resolveram me atacar na energia”, disse Bolsonaro a apoiadores em Brasília.

Assessores do Planalto afirmam que uma das propostas para conter a alta é a destinação de R$ 20 bilhões pelo governo para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um fundo setorial financiado por consumidores para criar políticas públicas, como redução de tarifas, especialmente para os mais pobres.

Essa medida deverá ser combinada com outra já em curso na Aneel. A agência reguladora estuda como será a devolução de cerca de R$ 50 bilhões pagos a mais pelos consumidores nas contas de luz. Para os assessores ouvidos pelo jornal, Bolsonaro quer que essa redução seja mais acelerada nos primeiros anos, por isso cogita o reforço de R$ 20 bilhões à CDE.

Aumento do combustível
Na quinta-feira (18), a Petrobras anunciou reajustes de 10,2% e 15,1% para gasolina, o quarto deste ano, e diesel, o terceiro de 2021, respectivamente, a partir de sexta. No mesmo dia, Bolsonaro disse que promoveria mudanças na estatal e anunciou isenção de impostos federais sobre diesel e gás de cozinha. O presidente mostrou insatisfação com Castello Branco, considerado “insensível” às altas.

Ainda segundo a Folha, a gota d’água foi a declaração de Castello Branco de que uma possível paralisação dos caminhoneiros por causa do aumento do diesel “não era problema da Petrobras”.

Dias antes, o presidente também havia se irritado com outro reajuste, feito pouco antes da eleição da Meda Diretora do Congresso. Para ele, a medida poderia prejudicar os interesses do governo no Legislativo. Com a indicação de Luna para presidir a Petrobras, ganha força a ideia de promover amortecimentos de preços nos combustíveis. A medida usaria o caixa da companhia.

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