Política


Após PL rejeitado, Linda Brasil diz que não houve justificativa e explica o porquê de recusa ser transfóbica


Publicado 18 de junho de 2021 às 15:30     Por Fernanda Souto     Foto Reprodução

Após o projeto de Lei (PL) que previa incluir o Dia e a Semana da Visibilidade Trans no Calendário Oficial de Eventos da Cidade de Aracaju ser rejeitado na Câmara, a vereadora Linda Brasil (PSOL) afirmou que não houve justificativa para o ocorrido e também explicou o porquê de ter alegado que a recusa foi um ato de transfobia.

Segundo a parlamentar, esse tipo de opressão nem sempre acontece de forma consciente, já que são incorporadas e naturalizadas nos processos das relações sociais. Ela também ressaltou sobre a importância de se discutir coletivamente determinadas estruturas opressoras, “e que ao fazer essa reflexão, não se trata de acusações de ordem individual, e sim, de como as estruturas, ou seja, o coletivo, vai reproduzir determinados comportamentos”.

“Transfobia é a violência física, simbólica ou psicológica que pessoas trans sofrem, e que também vai perpassar por espaços institucionais. Quando falamos que o Brasil é um país transfóbico, LGBTfóbico, é machista, é racista, estamos analisando a estrutura, são comportamentos sutis e que são naturalizados, como piadas jocosas, comentários sobre as nossas identidades. São opressões que estão presentes e estruturam a nossa sociedade, e algumas pessoas reproduzem, às vezes, sem perceber”, afirmou.

Ainda sobre a recusa do projeto de sua autoria, Linda afirmou que o que a deixou insatisfeita foi a falta de argumentos dos vereadores que foram contrários na votação. O PL teve 8 votos contra, 7 a favor e duas abstenções.

“Argumentei ontem sobre a minha insatisfação com a rejeição do Projeto, não porque eu perdi uma votação, não há vaidade minha nesse processo. A questão é que não houve justificativa para a recusa do projeto, não houve debate e hoje ainda tentam me culpar por isso”, disse.

Ainda de acordo com a parlamentar, o argumento da rejeição é que não havia necessidade da data relacionada porque já existem outras. Eles também argumentaram que não existe diferença de tratamento entre as pessoas. Porém, dados apontam que mais de 90% das travestis e mulheres trans brasileiras só encontram trabalho no mercado informal, principalmente na prostituição. Além disso, assassinatos a esse público aumentou 41% em 2020.

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