O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos fizeram várias doações em dinheiro vivo para suas próprias campanhas eleitorais entre 2008 e 2014. No total, foram R$ 100 mil reais depositados, que hoje equivalem a R$ 163 mil com a inflação. A informação é do jornal Folha de São Paulo.

Segundo a matéria, eram feitas autodoações em dinheiro vivo e depósitos por uma pessoa da família para a outra. Inclusive, em duas destas candidaturas, a utilização de dinheiro vivo foi o equivalente a 60% da arrecadação total. Tais transações não são obrigatoriamente crime, mas podem dificultar o rastreamento da origem de valores ilegais.

Foram identificados pagamentos em espécie em cinco das 13 campanhas procuradas, analisando os recursos recebidos desde 2000 pelos quatro membros da família Bolsonaro: o presidente Jair, o senador Flávio (Republicanos-RJ), o deputado federal Eduardo (PSL-SP) e o vereador Carlos (Republicanos-RJ).

Órgãos de investigação já mostraram que a família Bolsonaro movimentou mais de R$ 3 milhões em dinheiro vivo nos últimos 25 anos, em especial por meio de Flávio. Operações como compras de imóveis, pagamentos de boletos e depósitos em uma loja de chocolates que tem o senador como dono estão no meio.

A que campanha com mais dinheiro vivo, segundo a matéria, foi a de Carlos Bolsonaro para vereador no Rio de Janeiro em 2008. Na ocasião, ele doou R$ 10 mil à própria campanha, além de receber R$ 10 mil de Flávio e R$ 15 mil de Jair. Ao total foram R$ 35 mil, equivalente a 60% dos recursos.

Dois anos depois, Jair Bolsonaro doou R$ 10 mil para sua própria campanha a deputado federal. Em 2012, novamente Carlos doou R$ 10 mil para sua reeleição a vereador, com Jair contribuindo em mais R$ 12 mil.

Em 2014, foi a vez de Eduardo Bolsonaro. Ele recebeu R$ 30 mil para a campanha a deputado federal. Foram R$ 10 mil de Carlos, R$ 9 mil de Jair e R$ 11 mil de Jorge Francisco, ex-assessor. No mesmo ano, Jair Bolsonaro pôs mais R$ 4.500 em mais uma campanha própria para deputado federal.

Também foram identificadas doações recebidas pela família entre 2010 e 2014 que totalizam R$ 73.854, mas sem confirmação nos processos de qual foi o meio de transação.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro movimentou R$ 2,89 milhões em dinheiro vivo. A origem seria o esquema das “rachadinhas” em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa, que já prendeu o ex-assessor Fabrício Queiroz.

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