Polícia


Funcionária do Carrefour afirma à polícia que Alberto Freitas a encarou e parecia estar furioso, diz TV


Publicado 23 de novembro de 2020 às 10:22     Por Fernanda Sales     Foto Reprodução

A funcionária abordada por João Alberto Silveira Freitas, 40, prestou depoimento como testemunha no inquérito que apura a morte do cidadão negro, espancado por dois seguranças na quinta-feira (19), em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre. Em depoimento divulgado pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (22), a funcionária afirmou à polícia que ele a encarou e que “parecia estar furioso com alguma coisa”.

De acordo com a Folha de São Paulo, novos vídeos obtidos pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, mostram os momentos anteriores ao crime. João Alberto chega ao supermercado com a mulher, Milena, pouco antes das 22h, conforme o horário das câmeras. Dez minutos depois, o casal vai ao caixa para pagar as compras, onde ele parece conversar com a esposa e a atendente.

Segundo a publicação, logo em seguida, o cliente sai do caixa e se aproxima de uma outra funcionária de preto, que estava ao lado de um dos seguranças presos pela sua morte, Magno Borges Braz. Ela se esquiva e sai de perto, mas ele segue atrás dela e faz um gesto com a mão esquerda levantada. Não é possível entender o significado do gesto pela imagem.

Foi essa funcionária que relatou em depoimento no sábado (21) que João Alberto passou a encará-los enquanto estava no caixa. Ela disse que não entendeu o que Beto disse, por causa do barulho e da máscara, e que ele “não parecia estar fazendo uma brincadeira quando gesticulou em direção a ela e seu colega, mas parecia estar furioso com alguma coisa”.

Já a esposa de João Alberto, Milena, deu outra versão à polícia sobre esse momento, de acordo com o Fantástico. Ela afirmou que seu marido “fez um sinal com as mãos para uma moça magrinha de roupa preta, em forma de brincadeira”.

Nos minutos seguintes, João Alberto volta para perto da mulher e espera ela passar as compras pelo caixa. Então chega uma terceira funcionária de branco, a fiscal Adriana Alves Dutra, que depois intimidou o homem que gravava o espancamento, e conversa com o segurança Magno e com João Alberto.

Um segundo vigilante, Giovane Gaspar​, aparece, coloca a mão nas costas do cliente e os três, a mulher de branco e os dois seguranças, o seguem até a saída do mercado. Uma outra câmera mostra João Alberto descendo a esteira rolante, com os funcionários atrás. Quando Milena aparece segundos depois com o carrinho, mais dois funcionários passam correndo por ela.

Segundo a Folha, possivelmente, essa foi a hora em que, em outra imagem, João Alberto dá um soco em um dos vigilantes ao chegar na porta. Ele depois foi espancado por pelo menos dois minutos e asfixiado por quase quatro minutos, diante de 15 testemunhas, e morreu no local.

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