A vacina da gripe pode ajudar a evitar alguns sintomas graves da covid-19, segundo pesquisadores da Universidade de Miami, nos Estados Unidos. O estudo foi apresentado no congresso da Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, que aconteceu no último final de semana.

Mais de 70 milhões de pacientes dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Israel e Singapura foram analisados na pesquisa. A análise sugere que os imunizados contra o vírus influenza têm menos chance de ter um AVC, sepse, ser hospitalizado ou precisar de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante a infecção pelo novo coronavírus.

Para o estudo, foram analisados pacientes que receberam a vacina de duas semanas a seis meses antes de serem diagnosticados com a covid-19 e os que tiveram a doença, mas não foram imunizados contra a gripe.

Foram analisados os riscos de desenvolver sepse, AVC, trombose, embolia pulmonar, falência respiratória aguda, síndrome de angústia respiratória aguda, dor nas articulações, falência renal, anorexia, ataque cardíaco, pneumonia, precisar visitar a emergência, ser hospitalizado, necessitar de UTI e morte.

Os pacientes que não tomaram vacina contra a gripe se mostraram 20% mais propensos a precisar de UTI, com 58% a mais de chance de visitar a emergência hospitalar e desenvolver sepse (45% a mais), ter Acidente Vascular Cerebral (AVC), com 58% de chance a mais, e trombose (40% a mais). O risco de morte não foi reduzido.

Os cientistas não sabem como a vacina da gripe atua no desenvolvimento da covid-19. Mas, a teoria mais aceita é que a fórmula aumenta a resposta do sistema imune em geral. Apesar disso, eles alertam que o imunizante não deve substituir a vacina do novo coronavírus.