Um estudo realizado pela empresa Prevent Senior não conseguiu provar que o uso da cloroquina funcionaria no tratamento da covid-19. A informação foi divulgada pelo diretor da empresa, Fernando Parrillo, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (23).

“Não se tratava de um estudo científico, era um acompanhamento observacional de pacientes, uma planilha das doenças e a evolução. Não foi usado placebo nem duplo cego, não foi randomizado, como se deve fazer em trabalhos desse tipo. Não faria sentido fazer uma pesquisa no meio da pandemia. Somos uma empresa privada, paga para salvar vidas”, admitiu Parrilo.

A Prevent Senior é acusada de usar pacientes como cobaias e de fraudar atestados de óbito durante os testes de eficácia da hidroxicloroquina. Durante a entrevista, Parrilo afirmou que não tem “nenhuma” ligação com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Eu nunca encontrei o presidente nem falei ao telefone com ele. Não me envolvo em política”, disse.

No ano passado, a empresa divulgou um comunicado anunciando que um estudo que comprovaria a eficácia do medicamento seria publicado em uma revista científica. No entanto, um documento analisado pela CPI da Covid, aponta que a Prevent omitiu ao menos sete mortes de pessoas tratadas com hidroxicloroquina, além dos resultados reais da pesquisa.