Política
Em audiência, ex-funcionários do McDonald’s relataram casos de racismo, assédio sexual e moral
Ex-funcionários da rede de fast food McDonald’s relataram casos de racismo e assédio sexual e moral que seriam praticados na empresa durante uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), do Senado, nesta segunda-feira (8). Além disso, os ex-funcionários ainda afirmaram que a empresa desrespeitava a legislação trabalhista, com excesso de atribuições com poucos atendentes e salário fora do mínimo, baseado na permissão do trabalho intermitente após a reforma trabalhista.
Adriana Cristina Serafim Ribeiro, ex-funcionária do McDonald’s, contou casos de assédio sexual que sofreu, de um gerente, e de assédio moral, por parte de uma ex-gerente da lanchonete. Emocionada, ela afirmou que comentou o assunto publicamente pela primeira vez na audiência da CDH. E afirmou que, apesar de ter relatado os fatos às instâncias competentes da empresa à época, teve negado o direito a ajuda. “[O gerente] tocava no meu cabelo, passava a mão no meu corpo e me chamava de gostosa. Hoje estou bem, por estar trabalhando em outra área, mas não foi nada fácil chegar até aqui”, declarou.
Hítalo Almeida de Araújo, que também é ex-funcionário da rede, relatou que, ao longo da pandemia de covid-19, trabalhadores infectados pelo vírus continuavam com suas funções normalmente, ao tempo em que esses casos eram ocultados aos demais integrantes da equipe. Já Hildayane Saraiva Aragão denunciou episódio em que um gerente a impediu de assumir o posto de anfitriã do salão de uma unidade da lanchonete sob alegação de que a então funcionária seria “gorda e feia demais” para a função.
Defesa
Representantes do McDonald’s foram convidados, mas não participaram da audiência pública. A empresa enviou uma carta à comissão, que foi lida pelo senador Paulo Paim. Na carta, a representante que opera a marca no Brasil, Arcos Dourados, afirmou que a empresa segue um “rígido código de conduta”. Segundo o texto, toda reclamação de funcionários é anônima e “devidamente registrada” e, quando as denúncias são comprovadas ao fim dos processos, medidas punitivas são aplicadas.
Com informações da Agência Senado
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