Política
Em grupo de Whatsapp, empresários bolsonaristas defendem golpe em caso de vitória de Lula
Mensagens em um grupo de Whatsapp apontam que empresários bolsonaristas defendem um golpe de Estado em caso de vitória do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva sobre o presidente Bolsonaro (PL) em outubro. As informações foram divulgadas pela coluna de Guilherme Amado do Jornal Metrópoles, nesta quinta-feira (17).
De acordo com as informações, o grupo é chamado Empresários & Política e foi criado em 2021. Além da ameaça de golpe, eles atacam instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e opositores do presidente.
“Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, escreveu o dono do Shopping Barra World no Rio de Janeiro, José Koury.
Outros empresários renomados compõe o grupo como Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da administradora de shoppings Multiplan; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca Mormaii.
O empresário André Tissot, do Grupo Sierra, afirmou que “o golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo” e que em “2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”. Morongo, tido como um dos mais extremistas do grupo, segundo o site, sugeriu ações extremistas para defender o presidente e citou a Revolução Francesa e a Guerra Civil dos Estados Unidos.
“Se for vencedor o lado que defendemos, o sangue das vítimas se tornam [sic] sangue de heróis! A espécie humana SEMPRE foi muito violenta. Os ‘bonzinhos’ sempre foram dominados? É uma utopia pensar que sempre as coisas se resolvem ‘na boa’. Queremos todos a paz, a harmonia e mãos dadas num mesmo objetivo? masssss [sic] quando o mínimo das regras que nos foram impostas são chutadas para escanteio, aí passa a valer sem a mediação de um juiz. Uma pena, mas somente o tempo nos dirá se voltamos a jogar o jogo justo ou [se] vai valer pontapé no saco e dedo no olho”, escreveu ele.
Procurado pela reportagem, Luciano Hang disse que quase nunca interage com o grupo. “Vejo que meu nome vende jornal e gera cliques. Me envolvem em toda polêmica possível, mesmo eu não tendo nada a ver com a história. Em momento nenhum falei sobre os Poderes. Sou pela democracia, liberdade, ordem e progresso”. Já Koury declarou inicialmente não apoiar um golpe, mas voltou a afirmar que “talvez preferiria” a ruptura ao retorno do PT.
Morongo, dono da Mormaii, disse que não vai apoiar atos “ilegítimos, ilegais ou violentos”. Afrânio Barreira, do Coco Bambu, afirmou nunca ter se manifestado a favor de condutas não democráticas.
A oposição ao governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados entrou com notícia-crime no STF. A notícia-crime solicita a prisão em flagrante ou, após análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) e Ministério Público Federal (MPF), prisão preventiva dos membros do grupo e a quebra do sigilo telefônico e telemático de todos os envolvidos.
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