Nos últimos dias, bastidores da política sergipana tem dado conta de um possível rearranjo de apoios. As idas e vindas do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), à Brasília e encontros com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo (PT), tem chamado atenção, inclusive, de aliados. Na última sexta-feira (10), o gestor e o ex-deputado estiveram em solenidade para a assinatura da autorização para que a prefeitura elabore um projeto para a construção de uma nova avenida que liga o bairro da Coroa do Meio à Orla do Farol. Pelas redes, Edvaldo teceu elogios ao ministro.

“Uma grande e histórica obra, com custo estimado de quase R$ 40 milhões. E sabe o que é melhor? Os recursos já estão garantidos pela emenda do ex-deputado federal @MarcioMacedoPT, que atualmente exerce o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Quando estava como deputado federal, @MarcioMacedoPT nos procurou, se colocou à disposição da nossa gestão e, rapidamente, estabelecemos esta obra da Coroa do Meio como beneficiária da emenda”, escreveu o prefeito.

A relação PT e Edvaldo começou a apresentar desavenças antes do período eleitoral de 2020. À epóca, Márcio foi lançado candidato à prefeitura de Aracaju, com o apoio de Eliane Aquino (PT), vice-governadora e ex-vice-prefeita de Nogueira. A partir daí as acusações de que não houve diálogo e que o PT tinha virado às costas para a base.

O imbróglio também foi uma das queixas do ex-governador Belivaldo Chagas (PSD), a quem teceu farpas com Eliane até o fim do mandato. Demissões de comissionados indicados pelo PT no Executivo e entrevistas com acusações se deram em várias oportunidades ao longo dos dois últimos anos.

O resultado foi o que todos souberam: o PT saiu da base de Belivaldo e Rogério Carvalho (PT) endossou a caminhada solo rumo ao Palácio dos Despachos. O adversário do bloco da situação, vencedor do pleito para o governo de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD) tem tido também uma reaproximação com Macêdo.

A articulação da vinda do presidente Lula (PT) à Sergipe, três meses após sua última passagem pelo estado, é fruto desse diálogo. Exercendo um cargo tão próximo ao presidente, Marcio tem nas mãos a chance de aproximar aliados e adversários e firmar base para 2024. Já Mitidieri e Edvaldo tem a contrapartida de conseguir ainda mais visibilidade para o estado com tal aliança. Ainda falta muito para as eleições municipais, mas na política tudo acontece de forma dinâmica e surpreendente.