Economia
Fecomércio já confirma demissões em Sergipe e externa angústia de empresários
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio), deputado federal Laércio Oliveira, conversou com a reportagem do portal Aju News e anunciou, com exclusividade, que, informalmente, tanto o governador Belivaldo Chagas (PSD) quanto o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, receberão até segunda-feira (30), uma pauta com propostas previamente estabelecidas pelo setor empresarial e entidades de classe.
Laércio explicou que será feito um pedido para agendamento de uma audiência, com o prefeito e o governador, para meados da próxima semana, no sentido que uma comissão que represente os empresários possa apresentar e discutir, formalmente, medidas de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (COVID-19), mas externando a preocupação com a necessidade de criar uma condição de “equilíbrio” que garanta a sobrevivência dos empreendedores sergipanos.
“Na quarta-feira (25), no final da tarda na sede da Federação do Comércio, nós conseguimos mobilizar mais de 20 entidades. Fizemos uma videoconferência e traçamos um documento que vamos entregar ao governador e ao prefeito de Aracaju. Vamos agendar uma reunião para que eles recebam uma comissão do setor empresarial, na próxima semana, e vamos fazer sugestões para possíveis encaminhamentos, com uma pauta de medidas propostas pelos empresários”, anunciou Laércio Oliveira.
Muitas demissões
O presidente da Fecomércio ainda não possui um levantamento ainda oficial, mas reconheceu que vem recebendo informações de muitas demissões em Sergipe pelo setor empresarial. “Já tenho conhecimento de muitas demissões e isso tem sido muito preocupante sim. Existe uma insatisfação de alguns empresários. Terça (feira – 31) já tem folha (de funcionários) para pagar. Fechou a atividade econômica por 15 dias, ninguém faz nada, mas os salários vão chegar, as pessoas precisam receber salários, os empresários devem pagar suas obrigações”.
Celeridade
Laércio entende que o governo central do Brasil precisa dar celeridade nas medidas de contenção para preservar os empregos formais. “Tem que sair uma medida rápida! O Governo central tem que apresentar algo para amparar Estados e Municípios. Tenho certeza que o governo federal não quer o desemprego, retiraram a suspensão dos contratos da MP e até agora não anunciaram nada!”.
O presidente da Fecomércio voltou a enfatizar sobre a grande quantidade de demissões e defende um “equilíbrio de forças”, com o governo assegurando uma parte do salário, com a antecipação do seguro-desemprego garantindo outra e o empresário fazendo a sua parte. “É preciso encontrar o equilíbrio dessa equação para a gente evitar o desemprego dos formais”.
“Para a economia informal a Câmara já aprovou ontem um projeto que define o valor em R$ 600. R$ 200 era muito pouco! Se somar com a esposa isso pode chegar a R$ 1,2 mil, algo que já ajuda a família a tocar a vida enquanto essa crise passa. A maioria dos informais não tem uma reserva em casa. Foi muito positivo”, completou o representante da classe empresarial.
Vírus da fome
Para Laércio o Ministério da Economia se recolheu um pouco e defendeu que o governo central, que tem “a máquina para rodar o dinheiro”, precisa dizer aos Estados e Municípios como vai ajudar e com celeridade. “Os micro e pequenos empresários sobrevivem de seus negócios. Abrem suas lojas e têm obrigações, mas até agora não ouviram clareza com relação aos impostos, por exemplo. Se determina que fechem os negócios, a sociedade obedece ao confinamento e as minhas obrigações, como empresário? Isso causa desespero e se não for tomada uma medida logo, logo teremos outra convulsão social com o vírus da fome”.
Prevenção ao coronavírus
Por fim, o presidente da Fecomércio reconhece que a prevenção ao coronavírus tem que ser tratada com seriedade. “Só tem a percepção da gravidade desse vírus quem trabalha dentro de um hospital, escolhendo que vai viver e quem vai morrer. É preciso assegurar e defender a prevenção sim, mas tem que encontrar um equilíbrio, tem que partir da consciência de cada um”.
“É conscientizar que eu não posso dar um abraço no amigo, mas posso contemplá-lo à distância. Acho que o comércio pode ir abrindo gradativamente, com as pessoas conscientizando as outras, estabelecendo uma distância, respeitando os limites, fazendo um revezamento de funcionários. Se o cliente for indisciplinado com a prevenção, a gente disciplina ele, até porque, se o vírus se alastrar, até a economia mais forte do mundo será destruída”, completou Laércio Oliveira.
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