Política
Cabo Didi confirma que vai devolver carro locado à CMA nesta terça-feira
Procurado pela reportagem do portal Aju News, ainda sobre a polêmica que veio a tona no final de semana, o vereador de Aracaju, Cabo Didi (sem partido), confirmou que estará devolvendo o veículo que estava à disposição de seu mandato, desde meados de 2019, nesta terça-feira (31), para a locadora de veículos que é contratada pela Câmara Municipal.
A “gota d’água” para o parlamentar foi a decisão do presidente da CMA, Josenito Vitale (PSD), o “Nitinho”, de suspender a VAEP (Verba para Atividade do Exercício Parlamentar) de cada vereador durante o mês de abril, prejudicando assessores de imprensa e jurídicos dos parlamentares. Cabo Didi explica que a medida é injusta e que ele não vai corroborar com a medida.
“Este é um veículo que a Câmara Municipal disponibiliza para nós vereadores exercemos nosso mandato, percorrendo os bairros e ruas de Aracaju. Cada vereador, até onde sei, tem uma VAEP de R$ 15 mil. O pessoal da Mesa Diretora recebe um pouco mais que isso. É com esse dinheiro que nós pagamos assessores (de imprensa, jurídico) e outras despesas. A CMA desconta R$ 2,8 mil pela locação do veículo e também desconta o combustível”, explica o parlamentar.
Cabo Didi explica que assim que soube do corte da VAEP, recurso que os veradores pagam suas assessorias, ele decidiu que faria sua parte devolvendo o veículo locado. “Quando eu soube que iam cortar os empregos dos trabalhadores, decidi devolver rapidamente o veículo locado. Sou totalmente contra colocar qualquer pessoa para fora neste momento difícil, de pandemia por conta desse coronavírus. Se o presidente e a CMA queriam economizar, que fizessem isso, por exemplo, com uma locadora de veículos. Não dá para aceitar a Câmara vim fazer economia com o ser humano”.
Confusão
O vereador contou para a reportagem que tentou entregar o carro, via um assessor. Após mandar lavá-lo, recebeu a orientação para leva-lo a um hotel no bairro Coroa do Meio, onde o carro foi vistoriado. O funcionário da locadora argumentou que o tanque de combustível não estava cheio e que o banco do passageiro estava deteriorado.
“Meu assessor argumentou que o tanque não estava cheio quando entregaram o carro. Ele conversou com Barreto (suposto dono da locadora) por telefone e disse que recebesse o veículo e mandasse consertar que eu pagava a diferença. Ele estava irredutível. Liguei para a CMA e disse a mesma coisa. Como eles negaram, meu assessor, ficou nervoso com aquela situação, respeitou minha orientação para entregar o veículo, tomou a atitude de jogar a chave na recepção do hotel e saiu correndo”, explicou.
Entrega amanhã
Por fim, Cabo Didi disse que foi convencido pelo presidente da CMA a pegar o veículo de volta e decidiu consertar o banco danificado. Ele conversou com a reportagem do Aju News na noite dessa segunda-feira e confirmou: vai devolver o veículo, com tanque cheio, nesta terça-feira. “Não sou um vereador polêmico, mas prefiro economizar com carro e gasolina a ver um trabalhador ficar sem salário neste momento difícil”.
Outro lado
Em nota publicada na página da Câmara Municipal, o vereador Nitinho explica que sempre buscou valorizar a imprensa, que paga o piso da categoria, realidade diferente de quando chegou na CMA. “Encontramos muitos jornalistas que recebiam bem abaixo do que deveria, cerca de 60% do piso da categoria. Nós valorizamos todos enquanto trabalhadores, com direito a férias e 13° salário, como deve ser. Trabalhador deve ser defendido na prática, e não só na teoria”.
De acordo com Nitinho, assim como ele, alguns vereadores também adotam o mesmo procedimento. “Eles entendem a importância da assessoria de imprensa e seus assessores são nomeados e recebem de acordo com o que é previsto pelo Sindicato dos Jornalistas”, enfatizou. Nitinho disse que sempre manteve as portas do gabinete da presidência abertas para receber os representantes dos sindicatos dos Radialistas e dos Jornalistas.
O presidente da CMA explica que o corte da VAEP se baseou nos decretos expedidos pela Prefeitura de Aracaju e pelo Governo do Estado, que tiveram impactos no trabalho dos vereadores, levando a uma produção parlamentar em menor proporção e, sendo assim, exigindo mais cuidados no uso da Vaep. “O uso da verba passa pela avaliação dos órgãos de controle da Câmara, uma equipe técnica e altamente capacitada. Cada vereador define como usar, dentro do que é previsto na Lei da Vaep. Limitei o uso por orientação dos técnicos da Casa”.
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