Política
Ex-delegado da PF afirma que nem FHC, Lula e Dilma interferiram na corporação como Bolsonaro
O delegado federal aposentado José Pinto de Luna afirmou que a interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal (PF) é algo novo na história da corporação. A informação foi divulgada pelo Uol, neste sábado (25).
Bolsonaro foi acusado de interferência na PF, nesta sexta-feira (24), durante anúncio da exoneração do ex-ministro Sérgio Moro. De acordo com Moro, o presidente queria colocar alguém de sua própria confiança na direção da Polícia Federal.
De acordo com o ex-delegado, a cobrança por relatórios diários das ações da PF, feita pelo presidente Jair Bolsonaro, não tem fundamento. Além disso, ele afirmou que nem FHC, Lula e Dilma interferiram nos trabalhos da PF, e apesar de tentativas a corporação rebateu esses assédios.
“Investigação não é dirigida ao Presidente da República. Ela é dirigida ao MPF [Ministério Público Federal], com controle processual e legal, e ao Judiciário. Isso só interessa a delegado federal, MP e Judiciário. Só! E a gente pode estar investigando quem quer que seja. Ninguém tem que ficar sabendo de investigação nenhuma”, explicou Pinto de Luna.
Ainda segundo o delegado, durante o tempo em que ele esteve na PF, ninguém nunca interferiu nas investigações, e desconheço qualquer colega que tenha sofrido com ação política em suas ações.
“Um delegado pode ter o inquérito avocado, ou seja, o chefe pode pegar e dar para outro tocar. Mas isso não acontece na PF, porque a gente preza pela autonomia do colega que está fazendo a investigação. Até isso, que é uma coisa pequena, nem o nosso chefe faz, por mais que o delegado seja novo, por mais simples que seja. Cada delegado tem sua investigação, e essa investigação sofre o controle externo do MPF”, disse o ex-delegado.
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