Política
Rússia ameaça EUA com ataque nuclear por causa de nova arma de Trump
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia ameaçou diretamente os Estados Unidos com um ataque nuclear maciço caso recebam algum míssil de submarinos americanos, estejam eles carregados ou não com bombas atômicas. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (30).
O anúncio foi feito em resposta ao governo de Donald Trump anunciarem ter equipado, no inicio deste ano, um primeiro submarino lançador de mísseis balísticos Trident com uma nova ogiva de potência reduzida , 5 kilotons, ou 1/3 da força da bomba que arrasou Hiroshima em 1945.
A porta-voz do ministério russo, Maria Zakharova, disse que o movimento aumenta o risco de um conflito nuclear. “Eu gostaria de enfatizar que qualquer ataque de um submarino americano de mísseis balísticos, independentemente de suas características, será percebido como um ataque com armas nucleares. De acordo com a nossa doutrina militar, uma ação dessas será considerada motivo para o uso retaliatório de armas nucleares pela Rússia”.
Implantada por Trump em 2018, o uso da nova tecnologia tem por objetivo anular alvos militares restritos, e, segundo o governo, tática seria aceitável em algumas circunstâncias. Para Trump, russos já tinham tal arma, embora não admitissem.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou decisões de Trump, afirmando que ele aumenta o risco de uma guerra nuclear. Entretanto, os dois países são as maiores potências no assunto, uma herança da Guerra Fria: têm 92% das ogivas no mundo, mais do que suficiente para inviabilizar a civilização.
A capital russa, Moscou, tem 1.600 armas do mesmo porte das anunciadas pelo governo americano prontas para uso, segundo a Federação dos Cientistas Americanos. As lançadas por submarinos americanos usualmente têm 455 kilotons, enquanto mísseis intercontinentais disparados de silos ou lançadores podem chegar a mais de 1 megaton.
A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) aumentou a tensão entre americanos e seus rivais. Norte-coreanos testaram mísseis de cruzeiro, e a China tem feito exercícios navais no momento em que os EUA estão com os dois porta-aviões na região do Pacífico desabilitados devido a infecções entre as tripulações.
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