A baixa adesão ao isolamento social por parte dos sergipanos está associada ao aumento de casos confirmados de covid-19 em Sergipe, segundo aponta estudo publicado pelo professor Paulo Ricardo Martins Filho, do Departamento de Educação em Saúde e coordenador do Laboratório de Patologia Investigativa da Universidade Federal de Sergipe (UFS), nesta sexta-feira (15).

Com 42,2% de índice de isolamento, Sergipe tem o pior percentual da região Nordeste, e ocupa a 17ª posição no levantamento da Inloco entre os estados brasileiros. Até o momento o estado possui 2.494 pessoas diagnosticadas com a doença e 47 mortes.

A pesquisa usou dados dos boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado Saúde no período de 21 de março até a quarta-feira (13) e do mapa de isolamento social desenvolvido pela Inloco. Segundo o professor, a queda do percentual de pessoas isoladas no mês de março está ligada ao crescimento do número de casos de covid-19 nas primeiras semanas de maio.

“A partir do dia 30 de março, houve um decréscimo progressivo nos índices de isolamento, sendo registrado valores superiores a 50% em apenas dois dias: 05 de abril (51.5%) e 19 de abril (50.9%). O índice de isolamento social ao final desta série temporal foi de 42.2%, havendo registro de 2.268 casos confirmados de covid-19 no estado, e um aumento percentual médio diário de 15% no número de casos acumulados a partir do início do mês de maio. Foi observada uma relação inversa e estatisticamente significante entre os índices de isolamento social e o número de casos novos em Sergipe,” afirma.

A conclusão do estudo é que o índice mínimo de isolamento necessário, no momento, para desacelerar o avanço da doença e vislumbrar o declínio da curva epidêmica é de 52,3%. “Essa pesquisa demonstra a importância e a necessidade da melhora dos índices de isolamento social no estado para que haja a redução no número de casos,” explica.

O pesquisador afirma ainda que melhora nos indices de isolamento podem ser alcançados com aplicação de medidas mais rígidas. “Além disso, uso de campanhas para uma maior conscientização da população em relação a isso, também deverá repercutir no número de óbitos e na prevenção do colapso no nosso sistema de saúde, juntamente com a ampliação dos leitos disponíveis para atender os casos mais graves da doença”.

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