Economia
Crise econômica: Pequenos empresários e autônomos relatam como sobrevivem em Aracaju
Com o avanço da pandemia do novo coronavírus no Brasil, a crise econômica se instaurou no país. De repente empresas fecharam, funcionários foram demitidos, e os trabalhadores informais tiveram que se adaptar a esse momento de incertezas. Na contramão da crise, há aqueles que viram uma oportunidade neste cenário e estão faturando muito bem.
É o caso do cantor, compositor e empreendedor, Vini Guerreiro, 28 anos, que viu na pandemia uma maneira de ganhar dinheiro. Juntamente com seu amigo e também empreendedor, André Santos, eles criaram a “Use Máscara Aju”. A dupla confecciona e vende máscaras personalizadas e envia para todo o país. Os pedidos são feitos pelo Instagram da marca de forma unitária ou em atacado.
“Em pouco mais de um mês temos uma demanda de mais de 32 mil máscaras, inclusive para outros Estados. Hoje somos vendedores e fabricantes exclusivos das máscaras do Confiança e Sergipe, onde temos a licença e parceria com os dois maiores clubes do Estado”, disse Vini Guerreiro em entrevista ao AjuNews.
O mesmo acontece com o empreendedor Maxwell Martins, 24 anos, que em parceria com o também empreendedor, Rafael Tavares, criaram a “The Best Delivery”, uma empresa que faz entregas de açaí em Aracaju. A junção aconteceu após os dois estarem desempregados. No começo os atendimentos somente eram feitos pelo Whatsapp e Ifood, mas em março deste ano os empresários inauguraram o ponto físico da empresa. À reportagem, Maxwell comentou sobre os negócios neste tempo de pandemia e relatou que não foi tão afetado pela crise.
“Como a gente começou no delivery e nosso público alvo sempre foi esse, a pandemia não atacou agressivamente a empresa, claro que não é a mesma coisa, mas as vendas não caíram tanto. A pandemia atacou mais a questão do balcão/self service que caiu muito o movimento”, frisou.
Pandemia afeta diretamente pequenos empreendedores e autônomos
Mas também há aqueles que estão sendo diretamente afetados pelas medidas de isolamento social e com o fechamento dos estabelecimentos não essenciais. Um exemplo dessa situação é do motorista de aplicativo, Hugo Xavier, que relatou uma queda brusca nas corridas que ele fazia antes e agora durante a pandemia. “Em relação a quantidade, diminuíram significativamente. Quase em 90%, chego a ficar 2 horas parado sem nenhuma corrida, algumas vezes até mais de 3 horas aguardando”, disse.
Hugo calcula um prejuízo financeiro de pelo menos R$ 4.000 nesses últimos dois meses. “Em média eram de 25 a 30 corridas por dia. Essa semana por exemplo fiz 67 corridas, se fosse normalmente, faria em 2 dias”, relatou o motorista. “Por semana conseguia tirar R$1.200 livre, nessa semana eu consegui tirar R$ 350 até agora”, completou.
A mesma situação é relatada pela empresária Gleicevania Santos Nunes, 24 anos, que é proprietária de uma central de motoboy, além de uma gráfica e provedor de internet. “Diretamente afeta meu trabalho porque como foi mandado fechar todos os estabelecimentos, então a central de motoboy está fechada, os meninos [motoboys] agora só trabalham por chamadas pelo telefone, arriscando está na rua para ter o que comer em casa”, relata.
Além disso, ela conta que está sendo prejudicada também nas outras empresas. Na gráfica, por fazer um serviço terceirizado, ela consegue fazer a arte em casa, mas na parte de impressão e atendimento presencial ela precisou parar com o serviços.
O mesmo aconteceu com o provedor de internet, “eu tenho clientes querendo fazer uma instalação e a gente não pode ir na casa deles, tenho clientes com problemas na rede e a gente também não pode ir até o local para fazer manutenção porque estamos proibidos de abrir a empresa”, disse. De acordo com Gleicevania, ela estima que tem está tendo um prejuízo mensal de R$4.000.
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