Demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em abril, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, criticou a inserção de militares na pasta em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19) no país. “Os médicos não sabem fazer guerra, os generais não sabem fazer saúde”, disse ele em entrevista à AFP, nesta quinta-feira (18).

A pouco mais de um mês à frente do Ministério da Saúde de forma interina, o general Eduardo Pazuello já nomeou mais de vinte militares para funções importantes na pasta. Mandetta também afirmou lamentar o fato do ministério ter ‘perdido a credibilidade’, em referência às últimas polêmicas que envolvendo a divulgação de dados referentes à pandemia.

“É lastimável eles terem perdido a credibilidade que foi construída com base em números, transparência e divulgação plena à sociedade”, disse. O ex-ministro, que é vinculado ao partido Democratas, não descartou concorrer à presidência nas eleições de 2022 ao lado de Sergio Moro, que deixou o Ministério da Justiça, também em abril.

Mandetta ganhou notoriedade, em especial, quando confrontou Bolsonaro quanto ao uso da cloroquina e do isolamento social, alvo de divergência entre os dois.