Economia
Eletrobrás gastou R$ 205 milhões com ‘carvão fantasma’
A estatal federal Eletrobrás, que até 2017 gerenciava a compra de carvão mineral usado por usinas para geração de energia, não conseguiu explicar para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) onde foi que gastou R$ 205 milhões para compra da matéria-prima. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo, nesta quarta-feira (5).
O dinheiro é pago mensalmente por todos os consumidores de energia do país, por meio de um encargo incluído na conta de luz. Segundo a reportagem, até abril de 2017, a estatal, era a responsável por receber esses recursos usados para financiar a compra de carvão mineral e a geração de energia de usinas térmicas. Em maio do mesmo ano, a função passou para as mãos da Câmara de Comércio de Energia Elétrica (CCEE).
A Aneel decidiu fazer uma varredura nas transações com carvão mineral feitas pela Eletrobrás entre janeiro de 2011 e abril de 2017, para verificar os estoques de carvão deixados pela estatal quando parou de administrar as operações, além dos repasses que a Eletrobrás fez para os donos das usinas térmicas.
Concluído em dezembro do ano passado, o levantamento apontou que mais de R$ 205 milhões foram usados para bancar um “carvão fantasma”, ou seja, pagos para a geração de energia que a estatal não conseguiu comprovar.
“Considerando que os valores dos combustíveis referentes a um determinado mês deveriam ter sido pagos até o mês seguinte, a confrontação dos valores, ‘o que deveria ter sido pago’ versus ‘o que foi efetivamente pago’, resultou numa diferença de R$205.426.819,22, pago a maior ao agente”, conclui o levantamento técnico da agência.
Ao jornal, por meio de nota, a Eletrobrás se limitou a declarar que “se manifestará sobre o tema por meio de comunicado ao mercado”. A Aneel limitou-se a declarar que “a fiscalização é matéria ainda em fase de instrução pela área técnica responsável” e que ainda não há conclusão do caso pela área de fiscalização ou pela diretoria da agência.
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